Investidor migra de renda pós-fixada para estratégias mais sofisticadas. Gestora capta mudança com fundos ativos de crédito high grade, segundo dados da Anbima.
Desde o início do ano, observamos mudanças significativas no mercado financeiro, com destaque para a indústria de renda fixa. Enquanto alguns segmentos encolheram consideravelmente, outros se destacaram com crescimento expressivo. A SulAmérica Investimentos é um exemplo disso, apresentando um aumento de 30% e atingindo a marca de R$ 70 bilhões sob gestão, impulsionados por sua atuação em fundos de renda fixa.
Com a instabilidade econômica, muitos investidores têm optado por investimentos em renda fixa como uma alternativa mais segura. Os ativos de renda fixa oferecem maior previsibilidade de retorno em comparação com investimentos de maior risco. Dessa forma, a estratégia da SulAmérica Investimentos de captar recursos em fundos de renda fixa ativo e em operações de crédito high grade tem se mostrado eficaz em um cenário de busca por investimentos fixos.
Impacto da Estratégia de Crédito High Grade na Renda Fixa
A gestora conseguiu capturar a busca pelo investidor de uma renda fixa mais rentável – algo que não parece perto de acabar. O ciclo de corte dos juros, que levou a taxa Selic a cair de 13,75% ao ano para 10,75%, fez todos os investidores (do institucional ao varejo) procurarem por mais rentabilidade na renda fixa e apostarem nessas duas classes de ativos.
Ao longo do ano e com a queda na taxa de juros, vimos uma migração de ativos pós-fixados para renda fixa ativa e principalmente crédito privado. Vemos que os investidores querem se manter na renda fixa, mas adicionando um pouco mais de risco para ter melhor rentabilidade. Marcelo Mello, CEO da SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos ao NeoFeed, destaca que a estratégia de crédito high grade tem sido fundamental nesse movimento.
A SulAmérica estava preparada para capturar esse apetite do varejo. A gestora dobrou o número de plataformas de distribuição plugadas e chegou a 30 ao longo de 2023, incluindo nomes como o PicPay, Safra, C6 e Ágora. Esse aumento se refletiu no número de investidores, que saltou de cerca de 60 mil no início de 2023 para 130 mil.
A maioria estava em busca de juros com uma pitada a mais de risco para conseguir um retorno atrativo. Um exemplo é o fundo SulAmérica Ativo renda fixa, que entregou rentabilidade de 12,6% em 2023, e o fundo de crédito privado, com rentabilidade de 14,2% contra um CDI que fechou em 13% no acumulado de 12 meses.
A atuação dinâmica da SulAmérica no mercado primário e secundário de crédito contribuiu para a boa performance relativa dos produtos em relação à indústria. A equipe também se mostrou ativa em estratégias de mercado, como juros real, juros nominal e arbitragem.
Outros fatores contribuíram para esse movimento de investimentos fixos na SulAmérica, incluindo a contratação de profissionais qualificados e a criação de um departamento quantitativo para auxiliar na precificação de ativos.
A gestora trouxe profissionais renomados, como Natalie Victal, economista-chefe, Mário Amigo, head da área comercial, e Gabriela Lacerda para relacionamento com investidores institucionais.
O investimento em ativos de renda fixa ganhou destaque devido à tributação de fundo exclusivo e restrição aos ativos isentos. Esse movimento abriu espaço para o investimento em fundos, com a renda fixa e o crédito atraindo a maior parte dessa demanda.
Segundo dados da Anbima do primeiro trimestre de 2024, a renda fixa captou R$ 132 bilhões, com os fundos de renda fixa de infraestrutura recebendo R$ 22 bilhões e os de crédito privado mais de R$ 68 bilhões. Os fundos de ações tiveram resgate de R$ 2,1 bilhões e os multimercado saídas de R$ 28,2 bilhões.
Diante desse cenário, a indústria de fundos de investimentos está atenta, pois as taxas de juros mais altas do que o esperado inicialmente indicam que a busca por investimentos em renda fixa continuará sendo uma prioridade em 2024.
Fonte: @ NEO FEED
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