A monarquia saudita, liderada pelo príncipe herdeiro, investe bilhões do fundo soberano na Visão 2030 para atrair turistas europeus e reduzir a dependência do petróleo, apesar das denúncias de violações aos direitos humanos.
Com o intuito de expandir sua economia e diversificar suas fontes de renda, a Arábia Saudita está investindo pesado em turismo. A rica cultura do país, aliada às belezas naturais e arquitetônicas, promete atrair milhões de visitantes nos próximos anos. Além disso, a infraestrutura turística vem sendo aprimorada constantemente, visando proporcionar uma experiência única aos turistas que desembarcam no país.
O investimento em turismo é visto como uma oportunidade promissora para impulsionar o desenvolvimento econômico da Arábia Saudita. Com um planejamento estratégico bem definido, o governo pretende transformar o país em um destino turístico de destaque no cenário mundial. A expectativa é que, com a geração de empregos e o aumento do fluxo de visitantes, a economia saudita seja beneficiada de maneira significativa nos próximos anos, contribuindo para a prosperidade da nação.
Aceleração do setor de turismo na Arábia Saudita
Cidades, ilhas, hotéis de luxo, parques temáticos, portos, marinas, resorts e até uma estação de esqui em pleno deserto são construídos em ritmo acelerado. Financiadas principalmente pelo fundo soberano, as obras estão orçadas em US$ 800 bilhões.
Investimento em turismo impulsiona a economia saudita
Mas, dada a velocidade das mudanças, esse valor já teria sido ultrapassado, informam os analistas do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês). Como outros países do Golfo Pérsico, a Arábia Saudita pretende diversificar a economia e, assim, diminuir sua dependência do petróleo. E o turismo é peça fundamental nessa equação.
Transformações previstas no setor de turismo até 2030
Se tudo ocorrer conforme estipulado no grande plano Visão 2030, em seis anos a participação do setor no PIB saudita deve saltar dos atuais 3% para 10%. E até 2032 pode chegar a 17,1%, o equivalente a quase US$ 170 bilhões, segundo o WTTC. 93 milhões de visitas A Arábia Saudita só liberou as viagens internacionais de lazer em 2019.
Expansão do turismo internacional na Arábia Saudita
Até então, era permitida a entrada de, basicamente, dois grupos de turistas: viajantes de negócios e peregrinos religiosos, rumo às cidades de Meca e Medina. Hoje, vistos eletrônicos são concedidos na chegada ao país para passageiros de quase 50 nacionalidades (os brasileiros estão entre eles).
Novas metas do Ministério do Turismo saudita
Desde a abertura até o final de 2023, o governo saudita comemora ter chegado à marca de 93 milhões de visitas. Uma surpresa até para as autoridades – a previsão era chegar a 100 milhões somente em 2030. Os números são grandiosos, sem dúvida.
Mas, sem uma análise mais criteriosa, podem passar a impressão de que o turismo na Arábia Saudita chegou a um patamar mais elevado do que aquele no qual o país realmente se encontra. A quantidade de visitas nem sempre equivale ao montante de visitantes, como destaca a consultoria Euromonitor. E há de se considerar ainda: por enquanto, a imensa maioria das visitas é doméstica – exatas 77 milhões.
Reformas sociais para atrair turistas internacionais
Diante das novas estatísticas, o Ministério do Turismo, por orientação do príncipe herdeiro, atualizou suas metas. O objetivo agora é chegar a 150 milhões de visitantes até o final desta década – 80 milhões domésticos e 70 milhões internacionais. ‘Não livre’ Para atrair os estrangeiros, a ultraconservadora Arábia Saudita vem afrouxando algumas leis sociais, sobretudo para os turistas.
As viajantes mulheres, por exemplo, estão liberadas do uso das abayas – os vestidos ou mantos, que cobrem o corpo, dos ombros aos pés, que são obrigatórios para as sauditas. Elas estão autorizadas também a viajar sem a companhia de um homem (proibido às sauditas).
Classificação da Arábia Saudita em questões de direitos humanos
Apesar de alguns pequenos avanços nos últimos anos, sobretudo a partir de 2019, a Arábia Saudita é classificada pelos grupos de direitos humanos como uma das ditaduras mais violentas do planeta. Além da segregação de gênero, a população saudita está sujeita a uma série de restrições – e punições severas. Lá, as execuções sumárias são frequentes.
‘O regime depende da vigilância generalizada, da criminalização da dissidência, dos apelos ao sectarismo e da etnia e da despesa pública apoiada pelas receitas do petróleo para manter o poder’, lê-se no relatório Freedom in the World 2024, elaborado pela Freedom House, ONG responsável por medir a democracia nos países. A entidade classifica a Arábia Saudita como uma nação ‘não livre’.
Fonte: @ NEO FEED
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