São Paulo tem cerca de 60 mil imóveis novos à venda, conforme Pesquisa Secovi-SP. Planos diretores de 2014 e Minha Casa Minha Vida impactam na oferta de unidades habitacionais.
Segundo a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), a cidade de São Paulo apresenta uma ampla gama de oportunidades para quem procura imóveis novos. Com quase 60 mil opções disponíveis para venda, os dados revelam uma preferência por unidades compactas, sendo 67% delas com menos de 45m². Além disso, apenas 1% dos imóveis disponíveis possuem mais de 180 m², o que demonstra uma tendência de mercado por espaços menores e mais práticos.
Com a crescente demanda por apartamentos compactos, o mercado imobiliário de São Paulo está cada vez mais diversificado. Os dados da pesquisa mostram que 48% das unidades disponíveis possuem uma metragem entre 30 e 45 m², atendendo a um público que busca praticidade e conforto em espaços reduzidos. Portanto, para quem procura imóveis novos na cidade, as opções são variadas e atendem a diferentes perfis de compradores.
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Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário
Todos os apartamentos que se enquadram no Minha Casa, Minha Vida estão inseridos nesse recorte’, argumenta Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. ‘Também é vital considerar o valor. As unidades menores, apesar da região ser valorizada, são mais acessíveis e, portanto, criam uma demanda maior.
Há, inclusive, o Plano Diretor de 2014, que basicamente incentivava os incorporadores a construir unidades sem vagas de garagem para que fossem ‘emprestadas’ aos imóveis maiores’, acrescenta. A advogada especializada em Direito Urbanístico, Marcella Martins Montandon, sócia do escritório Duarte Garcia, Serra Netto e Terra, apoia a visão do economista.
‘Até 2014 era mais econômico construir unidades habitacionais com uma área de até 50m² devido ao cálculo da outorga onerosa ser de 0,8′, analisa. ‘Além disso, o Plano de Diretor de 2014, na tentativa de desencorajar a previsão de vagas em empreendimentos próximos ao transporte público, considerava a proporção de uma vaga por unidade habitacional como ‘não computável’.
Dessa forma, houve um aumento significativo de apartamentos pequenos nestes locais’, contextualiza. A produção de estúdios em São Paulo supre novas demandas habitacionais. Ela menciona que, na prática, os edifícios passaram a combinar apartamentos maiores e menores com a destinação de mais de uma vaga para os maiores e nenhuma para os menores.
Respeitando a proporção estabelecida pela lei e atendendo ao perfil do consumidor nessas duas circunstâncias’, compreende. Na perspectiva de Marcella, a revisão do Plano Diretor realizada em 2023 deve gerar uma mudança nesse cenário. ‘A nova regra considera como áreas não computáveis a proporção de 1 vaga por unidade habitacional com área maior ou igual a 30m², ou uma vaga a cada 60m² de área privativa.
Minha Casa Minha Vida
A pesquisa realizada pelo Secovi-SP revela que a maior parte dos imóveis disponíveis para venda na cidade de São Paulo não se enquadra nas exigências do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Atualmente, 38% dos apartamentos lançados nos últimos 12 meses se encaixam no segmento econômico, enquanto os outros 62% estão em Outros Mercados, como o médio e alto padrão. Apesar disso, a tendência é de ajuste desses números. Em fevereiro, o lançamento de unidades do MCMV ultrapassou os lançamentos de Outros Mercados, sendo 63% para o MCMV.
Já nas vendas, 53% dos imóveis comercializados na cidade de São Paulo foram via Minha Casa, Minha Vida. ‘Até o final do ano, teremos uma participação no número de unidades do MCMV maior do que de outros mercados’, conjectura Petrucci.
Planos Diretores de 2014
O economista-chefe da Secovi-SP atribui essa expectativa às mudanças promovidas no programa habitacional no último ano. ‘Devido a essas adaptações, novas empresas se uniram às que já atuavam no setor para desenvolver empreendimentos voltados a esse segmento’, destaca.
O protagonismo da zona Sul de São Paulo. A zona sul abriga 34% das unidades disponíveis para venda na capital paulista, seguida pela zona oeste (24%) e pela zona leste (23%). Em contrapartida, o centro de São Paulo possui apenas 7% dessas unidades. ‘É uma tendência do desenvolvimento imobiliário seguir em direção ao vetor sudoeste do município’, revela Marcella.
‘Essa região é atrativa pela oferta qualificada de serviços (hospitais, escolas, universidades, shoppings centers) e por alguns investimentos de infraestrutura urbana realizados nos últimos anos, como o prolongamento da Chucri Zaidan e a obra prevista pela Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, além das novas linhas amarela e lilás do metrô’, lista.
Fonte: © Estadão Imóveis
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