De 2012 a 2022, 149.707 homens negros morreram vítimas fatais de disparos de armas de fogo em via pública, evidenciando desigualdades estruturais.
RECIFE, PE (UOL/FOLHAPRESS) – Um estudo revelou que, nos últimos anos, mulheres jovens tiveram um aumento significativo no número de mortes em acidentes de trânsito no Brasil. Entre 2015 e 2025, 57.892 mulheres jovens perderam suas vidas em colisões nas estradas. Em contrapartida, 23.421 homens idosos também foram vítimas fatais desses acidentes.
Em um cenário preocupante, os falecimentos por doenças cardiovasculares também têm crescido de forma alarmante. De 2010 a 2020, 180.503 pessoas perderam suas vidas devido a problemas cardíacos, evidenciando a importância da prevenção e do cuidado com a saúde. É fundamental buscar medidas para reduzir as fatalidades causadas por essas enfermidades.
Estudo revela desigualdades estruturais e altas taxas de mortes por agressões
Uma pesquisa recente realizada pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e pelo Instituto Çarê mergulhou nas estatísticas de internamentos e mortes decorrentes de agressões, destacando a questão da raça. Rony Coelho, pesquisador do IEPS, enfatizou que os dados evidenciam as disparidades estruturais profundamente enraizadas na sociedade. Essas disparidades, segundo ele, expõem a vulnerabilidade acentuada da comunidade negra diante das agressões.
O Boletim divulgado traz à tona uma realidade impactante que já era conhecida, especialmente no que diz respeito às diferenças nos índices de segurança pública, saúde, mortalidade e hospitalizações. Os jovens negros emergem como as principais vítimas das mortes prematuras, conforme apontado pela pesquisa.
No período entre 2010 e 2021, os dados revelaram que os negros com idade entre 18 e 24 anos enfrentaram taxas de mortalidade significativamente mais elevadas em comparação com os brancos da mesma faixa etária. Além disso, além do uso de armas de fogo, as estatísticas indicaram que a população negra é mais frequentemente alvo de agressões que resultam em hospitalizações.
Em 2017, considerado o ano mais letal durante o período analisado, os registros de óbitos por agressões foram alarmantes: 1.116 para brancos e 4.008 para negros. Esses números ressaltam a urgência de se abordar as desigualdades estruturais e históricas que perpetuam a vulnerabilidade da população negra diante da violência.
O Boletim conjunto do Çarê-IEPS ressalta a importância de reconhecer e enfrentar essas desigualdades estruturais, que se manifestam de forma clara nos indicadores de saúde desfavoráveis. A necessidade de políticas públicas e intervenções eficazes na área da saúde se torna ainda mais evidente diante desse cenário preocupante.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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