Estratégia de autocuidado: atividades físicas, terapias. Importante saúde mental. Profissionais buscam solução: dupla jornada, exigências, responsabilidades domésticas. Solução: terapia saúde mental para pessoas fortes.
Apenas 14% dos advogados brasileiros procuram terapia e apoio psicológico para lidar com o estresse. Essa foi uma das descobertas do estudo PerfilADV – 1º Levantamento sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira, pesquisa inovadora da OAB Nacional em colaboração com a FGV. Segundo a pesquisa, mais da metade opta por atividades físicas como forma de cuidar de si mesmo contra o estresse.
É essencial que os profissionais priorizem o equilíbrio mental e emocional para lidar com os desafios do estresse no ambiente de trabalho. Encontrar estratégias eficazes para gerenciar o stress diário pode melhorar significativamente a qualidade de vida e a produtividade. Cuidar da saúde mental é fundamental para o bem-estar geral, tanto pessoal quanto profissional.
Estresse na Advocacia: Estratégias para um Equilíbrio Saudável
O estresse é uma realidade presente na rotina de muitos advogados, como aponta o levantamento realizado com cerca de 20.885 profissionais inscritos no CNA – Cadastro Nacional dos Advogados. Os resultados revelam que a maioria desses profissionais recorre a atividades físicas como uma forma de manter a saúde e a qualidade de vida frente às exigências da profissão. No entanto, a terapia ainda é pouco explorada, sendo adotada por apenas 14% dos entrevistados.
A relevância do debate sobre o bem-estar mental e físico na advocacia se destaca, considerando que o trabalho é um direito social fundamental, conforme previsto na Constituição Federal. Fátima Antunes, mestre em psicologia social e autora do livro ‘Estresse em Advogados’, ressalta a natureza estressante do ofício advocatício no país. Desde o início da carreira, os advogados lidam com altos níveis de estresse, especialmente pela natureza emocional das demandas judiciais e pela incerteza dos resultados, que muitas vezes dependem da solução do Judiciário.
A disparidade de gênero na busca por terapia na advocacia é evidente, com as advogadas demonstrando maior procura por suporte psicológico em comparação aos advogados. A resistência masculina em relação à terapia pode ser atribuída a construtos culturais patriarcais que minimizam a importância da saúde mental. Enquanto isso, as advogadas lidam com uma dupla jornada, enfrentando não só as exigências profissionais, mas também responsabilidades domésticas que elevam seus níveis de estresse.
A percepção equivocada de que ‘terapia é para pessoas fracas’ é um obstáculo a ser superado. Na verdade, a terapia é uma ferramenta valiosa para indivíduos fortes que buscam lidar com seus desafios internos. No entanto, a habilidade dos advogados em encontrar soluções para problemas pode prejudicar o processo terapêutico, conforme observado por Fátima. As universidades também podem influenciar essa resistência, ao focarem na formação de profissionais voltados para a resolução de questões, sem explorar adequadamente a importância do autocuidado e da saúde mental.
Portanto, é essencial promover uma cultura de cuidado e apoio psicológico na advocacia, reconhecendo a importância do equilíbrio entre a saúde mental e as demandas profissionais. Estratégias que incentivem a busca por terapia, a prática de atividades físicas e o autocuidado são fundamentais para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos advogados em meio a um ambiente de trabalho desafiador.
Fonte: © Migalhas
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