Especialistas debatem impacto da inteligência artificial no trabalho jurídico, divergências sobre adaptação cuidadosa em escritórios de advocacia.
A presença de advogados no cenário jurídico é fundamental para garantir a justiça e proteger os direitos dos cidadãos. Com o avanço da tecnologia, a utilização da inteligência artificial tem se mostrado uma aliada importante para os advogados modernos. A implementação de sistemas de IA nos processos jurídicos tem proporcionado uma maior eficiência e agilidade no trabalho dos profissionais.
Além disso, as ferramentas jurídicas baseadas em inteligência artificial têm contribuído para a análise de grandes volumes de dados de forma rápida e precisa. Com a ajuda dessas tecnologias, os advogados podem tomar decisões mais embasadas e oferecer um serviço de qualidade superior aos seus clientes. A integração da IA no universo dos serviços jurídicos é uma tendência que veio para ficar e revolucionar a prática advocatícia.
Impacto da Inteligência Artificial na Atuação dos Advogados
No entanto, essa inovação também levanta questões sobre a qualidade, a ética e a confidencialidade no uso da tecnologia, exigindo uma adaptação cuidadosa e responsável por parte dos escritórios e dos profissionais do direito. Durante o evento ‘Inteligência Artificial na Advocacia’, promovido pelo Migalhas, o advogado Henrique Fabretti, Opice Blum Advogados Associados, enfatizou que, embora o impacto da IA seja inegável, ela ainda é objeto de controvérsia. Há uma divergência significativa nas previsões sobre como a IA afetará a advocacia. Enquanto alguns estudos indicam que a profissão jurídica será uma das mais impactadas, Henrique aponta que outros minimizam esses efeitos. No entanto, o consenso entre aqueles que contratam serviços jurídicos parece ser ‘de que o impacto será grande e profundo’, afirmou o advogado.
Adaptação dos Advogados à Inteligência Artificial
Durante evento no Migalhas, advogados discutiram o uso da IA no dia a dia dos profissionais da área. Segundo a advogada Carla Couto, sócia do TozziniFreire Advogados, embora algumas tarefas possam ser automatizadas, o trabalho jurídico em si não deve mudar. ‘A IA não substitui os profissionais, mas atua como um assistente, auxiliando na realização de tarefas mais mecânicas e permitindo que os advogados foquem na qualidade e no refinamento do trabalho.’ A causídica ressaltou a importância de monitorar o uso dessas ferramentas, especialmente em um campo que exige alta confidencialidade e proteção de dados. ‘Estamos em uma fase de experimentação, e é crucial educar os profissionais para que usem a IA com responsabilidade’. A mesma preocupação é compartilhada pelo advogado Luiz Felipe Di Sessa, sócio do Mattos Filho. O profissional destacou a necessidade do profissional utilizar a ferramenta com cautela. ‘A IA tem nos dado um ganho de eficiência, mas é fundamental que os advogados revisem os resultados para evitar erros ou informações vazias que podem surgir da tecnologia.’ Ele também apontou que, embora a IA possa reduzir custos em algumas atividades, ‘o trabalho humano na revisão e validação dos resultados gerados pela IA continua sendo indispensável’. O advogado alertou para os riscos de confiar cegamente nos resultados gerados por IA, citando um caso em que advogados enfrentaram problemas ao apresentar argumentos baseados em jurisprudências inexistentes criadas por IA. ‘Nosso papel como advogados é garantir que o resultado final seja consistente e livre de vieses ou alucinações.’ Ainda no debate, a questão da transparência no uso da IA também foi abordada. Em resposta a uma pergunta do espectador, os especialistas concordaram que o uso de IA deve ser informado aos clientes, especialmente quando o resultado gerado pela tecnologia é parte do trabalho entregue. ‘Acredito que esse uso deve ser precedido de um acordo ou de um pedido expresso do cliente.’ Por fim, os advogados concordaram que no futuro da advocacia, a IA será cada vez mais integrada, mas sem substituir o papel crítico e analítico dos advogados. Como destacou
Fonte: © Migalhas
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