O Telegram não colabora com programas internacionais para remover material de abuso infantil online, conforme apurado pela BBC.
O Telegram, aplicativo de mensagens cujo fundador foi preso na França, está no centro de uma polêmica por se recusar a colaborar com programas internacionais de combate ao abuso infantil online, conforme reportagem da BBC.
Usuários do Telegram defendem a privacidade e segurança do app, mas críticos argumentam que a falta de cooperação pode facilitar a disseminação de conteúdo prejudicial na plataforma.
Telegram: Aplicativo de Mensagens Internacional
O Telegram não é afiliado ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) nem à Fundação de Vigilância da Internet (IWF) — duas organizações que colaboram com a maioria das plataformas digitais para identificar, denunciar e eliminar conteúdo de abuso. Essa descoberta ocorreu durante a detenção de Pavel Durov, fundador e CEO do aplicativo — que conta com mais de 950 milhões de usuários registrados — na França. O bilionário de 39 anos foi preso por supostos delitos relacionados à falta de moderação na plataforma. Autoridades o acusam de não cooperar em investigações sobre tráfico de drogas, conteúdo sexual infantil e fraudes.
Telegram: Moderação e Desafios
O Telegram havia afirmado anteriormente que sua moderação está em conformidade com os padrões da indústria e em constante aprimoramento. No entanto, ao contrário de outras redes sociais, o aplicativo não participa de programas como o CyberTipline do NCMEC, que conta com mais de 1,6 mil empresas de internet inscritas. A maioria dessas empresas, embora legalmente obrigadas a se registrar, não tem sede nos EUA. O Telegram, fundado na Rússia e atualmente sediado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, enfrenta críticas por não aderir a iniciativas de combate ao abuso infantil online.
Telegram: Resistência à Cooperação
A BBC revelou que o NCMEC instou repetidamente o Telegram a aderir à iniciativa para combater o abuso infantil online, porém a plataforma ignorou os pedidos. Além disso, o Telegram se recusa a colaborar com a IWF, equivalente do NCMEC no Reino Unido. Um representante da IWF destacou que, apesar das tentativas de envolvimento, o Telegram não é membro e não utiliza seus serviços para bloquear conteúdo de abuso infantil.
Telegram: Desafios na Proteção Infantil
Devido à falta de participação ativa no NCMEC e na IWF, o Telegram não consegue identificar, remover ou bloquear proativamente material de abuso infantil confirmado. A IWF afirmou que a empresa é menos ágil em responder às solicitações diárias para remoção desse tipo de conteúdo. A BBC procurou o Telegram para comentar sobre sua recusa em aderir aos programas de proteção à criança, mas a empresa anteriormente afirmou que não é responsável pelos abusos em sua plataforma.
Telegram: Posicionamento e Controvérsias
O Telegram não participa do programa TakeItDown, que visa remover pornografia de vingança. Enquanto isso, outras plataformas como Snapchat, Facebook, Instagram, Threads, TikTok, Pornhub e OnlyFans são membros desse programa. A recusa do Telegram em aderir a iniciativas de proteção infantil levanta questões sobre sua responsabilidade e compromisso com a segurança online.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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