STF homologa delação de Ronnie Lessa, suspeito de envolvimento na morte de Marielle. MP investiga vazamento de informações sigilosas sobre o caso.
O Ministro Ricardo Lewandowski anunciou, nesta quarta-feira (20), que o Supremo Tribunal Federal aprovou a delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. As investigações continuam em andamento e o magistrado espera que novas informações sejam reveladas em breve. A expectativa é de que a justiça seja feita e os responsáveis sejam devidamente punidos.
A execução de Marielle e Anderson chocou a população e levantou diversas questões sobre a segurança pública no Brasil. A morte da vereadora Marielle Franco ainda é um mistério para muitos, mas a homologação da delação de Ronnie Lessa pode ser um passo importante para desvendar a verdade por trás desse crime bárbaro. A justiça está empenhada em resolver o caso e garantir que a memória de Marielle seja honrada com a punição dos culpados.
Caso Marielle ganha destaque nas declarações do ministro
Trás elementos extremamente relevantes que nos levam a acreditar que a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco está próxima, afirmou o ministro em suas declarações. A investigação sobre o caso ficou sob responsabilidade da Delegacia de Homicídio da Capital (DHC).
Ainda em março de 2018, poucos dias após o assassinato, um grupo de promotores foi solicitado pela 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal para auxiliar a Polícia Civil. Em setembro do mesmo ano, o acusado de liderar uma milícia, Orlando Curicica, que estava detido no Presídio Federal de Mossoró, foi interrogado pelos investigadores após ser apontado por uma testemunha como envolvido na execução de Marielle e Anderson.
Curicica negou qualquer envolvimento e mencionou o ‘Escritório do Crime’, do qual fazia parte. O depoimento do miliciano abriu caminho para novas investigações que progrediram sobre o crime organizado no Rio de Janeiro. Em maio do mesmo ano, além de Orlando, o ex-vereador Marcello Siciliano também foi citado por uma testemunha, alegando seu suposto envolvimento na morte da vereadora.
Transparência na investigação e desfecho do caso
Posteriormente, uma investigação da Polícia Federal descartou a participação de Curicica e Siciliano no crime. A primeira fase das investigações foi concluída em março de 2018, com as prisões de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de homicídio doloso, que serão levados a júri popular no 4º Tribunal do Júri da Capital.
Lessa seria o atirador e Queiroz o motorista do veículo na emboscada que resultou nas mortes da vereadora e do motorista. Eles permanecem detidos em um presídio de segurança máxima. Em junho de 2020, o sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, foi preso em uma operação da Polícia Civil.
Ele é acusado de ter ajudado a ocultar a arma do crime. O Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou, em março de 2024, que ele também seja submetido a julgamento pelo Tribunal de Júri. A prisão mais recente do caso ocorreu em fevereiro deste ano, quando a Polícia Federal e o MPRJ prenderam um homem acusado de abandonar o veículo usado nos assassinatos.
Novas reviravoltas no Caso Marielle
Este homem, proprietário de um ferro-velho, teria realizado o desmantelamento do veículo. Com isso, quatro pessoas estão detidas pelo crime. No entanto, o mandante e a motivação do assassinato ainda não foram revelados pela polícia. Em julho do ano passado, o ex-policial militar Élcio Queiroz, preso desde 2019 por suspeita de participação nos homicídios, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
Na delação, Queiroz admitiu sua participação no crime, apontou o policial reformado Ronnie Lessa como executor e também acusou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, como responsável por fazer ‘campana’ e seguir os passos de Marielle, além de levar o veículo utilizado no crime para ser desmontado.
Queiroz também mencionou que o policial militar Edmilson da Silva de Oliveira, conhecido como Macalé, teria passado a ‘missão’ de matar Marielle para Ronnie Lessa no final de 2017. Macalé foi assassinado em maio de 2021, em um homicídio que ainda não foi esclarecido. Já em janeiro deste ano, foi a vez de Ronnie Lessa firmar um acordo de delação com a PF.
Lessa forneceu à Polícia Federal os nomes de duas pessoas supostamente envolvidas no crime. Uma delas é Domingos Brazão, ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apontado por Lessa como o mandante. Brazão nega veementemente as acusações.
Outro nome citado foi o de Jomar Duarte Bittencourt Júnior, conhecido como Jomarzinho, responsável por vazar informações sigilosas sobre a apuração do caso. No início deste ano, o então secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, expressou confiança de que o caso será esclarecido em breve. ‘O que faltou nos últimos anos foi determinação política.
Com cerca de um ano de ações técnicas e decisivas da Polícia Federal, sempre contando com o total apoio do Ministério da Justiça, o injustificável assassinato de Marielle e Anderson será elucidado. E tudo indica que não vai demorar’, comentou. De acordo com a Polícia Federal, o inquérito está em fase avançada de investigação.
Fonte: © TNH1
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