Lívio Oricchio descrive GP de San Marino ’94, desde largada a Tamburello, e angustiosa viagem a Hospital de Bolonha: esporte alto risco, longos minutos, preocupações segurança, área risk, credencial imprensa, fatalidades GP Argentina, GP Itália, Monza, pole position, curva Parabólica, 24 Horas Le Mans, barranco proteção, torcidas, graves acidentes, Jyrki Jarvilehto, Benetton, B194-Ford, curva Stowe, Silverstone, pré-temporada, fraturas vértebras cervicais, milagre medula nervosa, paralítico.
Impactante: dirigi por 40 longos minutos até o hospital de São Paulo para saber se Senna sobreviveria ao acidente. Amigo, acidentes acontecem em um piscar de olhos, especialmente em esportes de alta velocidade como o automobilismo. Mesmo com avanços na segurança, a possibilidade de um acidente grave sempre está presente, seja durante um treino ou uma corrida. Você logo irá compreender por que decidi começar este capítulo assim.
Não podemos negar que a corrida estava emocionante até que uma colisão inesperada mudou completamente o rumo da competição. O crash perto da última curva deixou todos atônitos, mostrando o quão imprevisível é o mundo das corridas.
Acidentes no Mundo do Automobilismo: Uma Reflexão sobre Segurança
A credencial de imprensa distribuída pela FIA traz essa informação, para lembrar que não apenas os pilotos, mas todos que estão no autódromo trabalham em uma área de risco. É crucial manter em mente as preocupações relativas à segurança em meio às emoções do esporte automobilístico. Afinal, a adrenalina das corridas também traz consigo o peso das fatalidades, como lembram os trágicos acontecimentos ao longo da história.
Veja esses exemplos de incidentes que marcaram o mundo das corridas: em 1953, o italiano Giuseppe Farina se envolveu em uma colisão na 30ª volta do GP da Argentina, em Buenos Aires, resultando na morte de nove espectadores, destacando a natureza de risco inerente ao esporte. Em Monza, em 1961, o alemão Wolfgang von Trips, que havia conquistado a pole position com sua Ferrari 156, acabou em uma crash que vitimou não apenas ele, mas também 13 torcedores, em uma curva parabólica fatal.
Os acidentes não se limitaram às pistas. Nas 24 Horas de Le Mans, em 1955, a tragédia se abateu sobre o público, quando a Mercedes de Pierre Levegh se lançou em direção às arquibancadas, ceifando a vida de 84 pessoas. É inegável a incerteza que paira sobre todos os envolvidos nesse mundo de alta velocidade e emoções intensas.
No entanto, foi em Ímola, em 1994, que a realidade da fragilidade humana se fez mais vívida para muitos. Os eventos que culminaram na perda de Roland Ratzenberger e de Ayrton Senna lançaram uma sombra sobre o esporte, evidenciando os perigos que os pilotos enfrentam a cada ida à pista.
O acidente de Jyrki Jarvilehto na pré-temporada, na curva Stowe em Silverstone, foi um alerta precoce para os perigos que estavam por vir. Sua fratura de vértebras cervicais poderia ter sido ainda mais grave, mas, por um verdadeiro milagre, ele não ficou paralisado, mostrando como a linha entre a vida e a morte é tênue nesse universo de alta octanagem.
A tensão nos momentos que antecederam o GP de Ímola evidenciou a preocupação que pairava sobre os pilotos e equipes. O desfecho trágico daquele fim de semana, com a fatalidade de Ratzenberger e a perda de Senna, ecoou por toda a comunidade do automobilismo, reforçando a necessidade contínua de aprimorar os padrões de segurança.
O GP de San Marino, palco de emoções intensas e momentos dramáticos, é mais uma lembrança dos riscos inerentes a esse esporte. Ainda assim, a paixão dos competidores e o apoio das torcidas mostram que, apesar dos acidentes e das adversidades, o automobilismo continua a emocionar e inspirar milhões ao redor do mundo.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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