Espaço para debater bem estar, alimentação saudável e inovação. Escolha viável de alternativas diversas. Excesso mental leva a desejos mais sutis. Alimentar distraidamente afeta saciedade. Sugestões para preparar alimentos. Eventuais tentações precisam ser controladas.
O ruído alimentar é um fator que pode influenciar diretamente na nossa relação com a comida. Muitas vezes, a simples ideia de um alimento específico pode desencadear uma série de pensamentos e desejos relacionados à comida. A exposição constante a propagandas de comida também pode potencializar esse ruído alimentar, fazendo com que fiquemos constantemente pensando em o que comer em seguida, mesmo sem estar realmente com fome.
O barulho da comida pode ser tão intenso que acabamos nos alimentando de forma descontrolada, apenas para satisfazer aquela vontade momentânea. Por mais que saibamos que aquilo não seja o mais saudável a se fazer, muitas vezes sucumbimos ao barulho da comida sem nem mesmo perceber. É importante estar atento a esses sinais e buscar formas de equilibrar nossa relação com a comida, de modo a não sermos constantemente influenciados pelo ruído alimentar.
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Ruído alimentar: entenda o impacto desse barulho da comida
Seja porque muito da nossa vida social se dá ao redor de uma mesa, seja porque comer é uma necessidade básica, grande parte do nosso tempo envolve programar o quê, quando, onde e com quem vamos fazer uma refeição. Mas esses pensamentos corriqueiros não são como os do primeiro parágrafo.
Esse fluxo incessante de ideias e visões de comida, que invade a cabeça mesmo quando a fome está saciada, é o que vem sendo chamado de ‘food noise’, ou ‘ruído alimentar’. É um novo nome para uma resposta cerebral estudada sob outras etiquetas há muitos anos.
A expressão ‘food noise’ começou a aparecer com mais frequência associada às novas drogas contra a obesidade – elas teriam o poder de silenciá-lo. Mas essa escolha nem sempre é viável, e as canetas emagrecedoras não são o único caminho. Esse excesso mental costuma também ter a ver com a associação entre comida e prazer – o lógico, portanto, é mudar o foco do que agrada você.
Meu modo favorito, não canso de repetir, é fazer uma boa caminhada. A satisfação imediata do corpo é prolongada pelos resultados que a prática tem na qualidade de vida. Mas há várias alternativas, como outras modalidades de atividade física, meditação ou exercer um hobby.
Alternativas diversas para lidar com o ruído alimentar
Continua após a publicidade Em toda a minha trajetória buscando e divulgando informações sobre nutrição e bem-estar, sempre fui contra as dietas restritivas. A ciência me dá razão. Desde os anos 1950, pesquisadores estudam a relação entre a limitação calórica e respostas do corpo e da mente que levam a buscar comida.
A restrição acende no cérebro o alerta de que é preciso obter a próxima refeição, ganhando formas exacerbadas diante da privação. É claro que esse instinto, compartilhado por grande parte dos animais, incluindo humanos, se modulou ao longo da evolução, pois já não perseguimos com lanças o que vamos pôr no prato.
Para a grande maioria, ele se manifesta como desejos mais sutis por comida, como a vontade de provar novos sabores ou comidas reconfortantes. Mas, para muitos outros, pode se tornar compulsão. Comer prestando atenção plena – dica também antiga com nome novo, ‘mindfulness’ – é básico, pois se alimentar distraidamente atrapalha a percepção da saciedade.
E, se o zunzum na sua cabeça toma a forma de ideias sobre como preparar os alimentos, um jeito de limitá-lo é planejar com antecedência. Deixar o menu previsto não só facilita o dia a dia como também evita ceder às eventuais tentações com a desculpa da pressa. E, se sentir que precisa de ajuda para calar as vozes gulosas na sua cabeça, não hesite e procure um profissional.
O importante é fazer da alimentação um prazer exercido sem culpa e com moderação, dando à comida o lugar que ela tem, de combustível essencial para a manutenção da vida.
Fonte: @ Veja Abril
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