Guaratiba lidera aumento (43,7%) seguido por Barra da Tijuca (40,1%), Jacarepaguá (14,1%), Santa Cruz (12,2%) e Campo Grande (10,8%) na zona oeste segundo Censo 2022.
(FOLHAPRESS) – Nos últimos 12 anos, a população do Rio de Janeiro teve um aumento significativo, especialmente nas regiões da zona oeste da cidade. Dentre os 33 subdistritos cariocas, os cinco que mais tiveram crescimento populacional estão localizados nesse grande território da Rio de Janeiro.
Conhecida como a cidade maravilhosa, a capital fluminense tem sido palco de transformações e desenvolvimento ao longo dos anos. Além do crescimento demográfico nas regiões da zona oeste, Rio de Janeiro também tem se destacado por sua diversidade cultural e belezas naturais incomparáveis. A pluralidade de atrativos turísticos faz da Rio de Janeiro um destino único no Brasil.
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Impacto do Censo 2022 nas Regiões da zona oeste do Rio de Janeiro
O subdistrito que lidera o aumento é Guaratiba (43,7%), seguido por Barra da Tijuca (40,1%) Jacarepaguá (14,1%), Santa Cruz (12,2%) e Campo Grande (10,8%) -todos na zona oeste. Já nas outras regiões da cidade foi registrada uma diminuição da população residente nos subdistritos de cada zona entre 2010 e 2022.
As maiores reduções foram na Penha (-24,5%), no Complexo do Alemão (-21,6), ambos na zona norte, e no centro da cidade (20,4%). Considerando as zonas da cidade, apenas a oeste teve crescimento de população, e a que mais perdeu moradores foi a norte.
É o que mostram dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O Rio de Janeiro foi a segunda cidade do país, atrás apenas de Salvador (BA), a perder mais habitantes entre 2010 e 2022, quando foram registrados 109.023 residentes a menos (-1,7%).
A população da capital fluminense é de 6,2 milhões de pessoas.A zona oeste carioca é a maior entre as quatro porções da cidade, com 70% do território, e também a mais diversa.
Engloba a Barra da Tijuca, de expansão acelerada com condomínios, e as vilas Aliança e Kennedy, criadas nos anos 1960 pelo governo Carlos Lacerda (da extinta Guanabara) para famílias removidas de favelas de Botafogo e da Lagoa.A distribuição desigual de infraestrutura reflete também a ocupação da parte oeste do Rio, segundo Patricia Nicola, pesquisadora do Grupo de Estudos sobre Espaço Urbano, Vida Cotidiana e Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UrbanoSS-Uerj).A falta de infraestrutura de saneamento e serviços públicos que acompanham os polos de moradia popular, diz ela, se repete em anos mais recentes.
É o caso da ida de cerca de 10 mil pessoas para unidades habitacionais em Senador Camará, bairro vizinho a Bangu, com o programa Minha Casa MInha Vida.’Houve um período, entre 2011 e 2013, de criação de 2.201 unidades habitacionais.
Foram levadas milhares de pessoas para o bairro em dois anos, mas não a infraestrutura.’Mas a zona oeste, ela lembra, já foi chamada até de ‘sertão carioca’, como no livro de Magalhães Corrêa, pesquisador do Museu Nacional, publicado em 1936.
O nome foi inspirado nos rios, lagos, riachos, lagoas e onças-pintadas registrados por ele.Ao longo das décadas, a região com forte produção agrícola ganhou trilhos, fábricas (como a de tecidos em Bangu) e viu a população crescer a partir dos anos 1960. Hoje, a região tem os subdistritos mais populosos do Rio, como Jacarepaguá (653,5 mil habitantes) e Campo Grande (542 mil habitantes).
Ainda, abriga 14 empresas no distrito industrial de Santa Cruz, com saída para a baía de Sepetiba.Para Nicola, a expansão de população, reforçada por programas de moradia popular, mostra que a zona oeste é para onde o Rio deve continuar a crescer, embora de forma desigual.’Vemos que o crescimento de infraestrutura na Barra da Tijuca foi feito para atender demandas de uma classe média alta.’Enquanto a zona oeste cresce, outras diminuem, ao menos na quantidade de residentes.
Desafios e Tendências na Capital Fluminense
Entre as possíveis causas para o movimento registrado pelos dois últimos recenseamentos estão a violência e o custo elevado em bairros, que podem afastar moradores.’Temos uma área que é historicamente de contato entre facções do tráfico de drogas, e passou a ser também de conflito entre milicianos e traficantes, como o complexo da Maré e áreas ao redor de Madureira [na zona norte]’, diz Maurilio Botelho, professor de geografia urbana da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.Lojas e galpões abandonados ao longo da avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, segundo o pesquisador, mostram que o custo financeiro e de violência também afasta trabalho e renda.’Quando a violência se soma ao custo de vida em uma cidade cara como o Rio, isso pesa.
Por isso talvez vejamos o crescimento de municípios como Mangaratiba e Maricá’, diz Botelho.Mas ele aponta que a aparente baixa na violência em áreas da zona oeste pode estar mascarada pelo controle de grupos armados. É o caso de Rio das Pedras, berço da milícia no Rio. Leia Também: Homem pesca peixe com mais de dois metros e 130 quilos em Rondônia
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Fonte: © Notícias ao Minuto
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