Representantes do poder público classificaram a proposta da Mariana como apenas “um jogo de planilha”. Desastre ambiental: R$ 127 bilhões, compromissos ambientais e sociais, retirada de 9 milhões metros cúbicos de dejetos minerais. Responsabilidade: ações, equipamentos e pessoal. Monitorar áreas contaminadas após acordo. (Mariana: local de desastre minero-ambiental)
O acordo proposto pelas empresas mineradoras Vale e BHP Billiton, parceiras da Samarco, envolvida no desastre ambiental de Mariana em 2015, gerou intensas críticas por parte dos representantes do governo federal e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
É crucial entender a seriedade da situação e a necessidade de um acordo justo com o objetivo de reparar os danos causados. A importância de todos os envolvidos concordar com os termos para garantir a justiça e a reparação adequada é fundamental.
Discussões sobre o Acordo se Intensificam
As negociações referentes ao acordo entre os entes públicos e as empresas responsáveis pelo desastre ambiental de Mariana estão se intensificando. A expectativa inicial era que uma resposta conjunta fosse apresentada na sexta-feira, 3, no entanto, muitos temem que ela seja negativa.
Vale, BHP Billiton e Samarco haviam anunciado um aumento no valor das compensações, passando de R$ 42 bilhões para R$ 72 bilhões. Isso gerou certa expectativa nos investidores, que enxergavam uma possível solução para o longo imbróglio jurídico que já se arrasta há quase nove anos.
Entretanto, representantes do poder público, sob anonimato, descreveram a proposta como ‘fake’ e um ‘jogo de planilhas’. Eles alegam que as empresas retrocederam em compromissos ambientais e sociais assumidos anteriormente, transferindo-os para o poder público com valores considerados inaceitáveis.
A atitude das empresas em não cumprir o que havia sido acordado em 2023 gerou mal-estar, pois os governos defendem que a responsabilidade por ações como a retirada de dejetos minerais seja das próprias empresas, com seus equipamentos e pessoal.
Além disso, a redução drástica do plano de retirar 9 milhões de metros cúbicos de dejetos do Rio Doce para apenas 900 mil metros cúbicos, bem como a retirada do compromisso de monitorar áreas contaminadas, são vistos como inadmissíveis pelos negociadores.
O desastre que emanou 40 milhões de toneladas de rejeitos minerais no Rio Doce após o rompimento da barragem do Fundão em Mariana é considerado o maior desastre ambiental do Brasil. Se um acordo satisfatório for alcançado, poderá se tornar o maior pacto de reparação ambiental do mundo.
A divulgação pública da oferta das empresas foi mal recebida nos bastidores, onde há um sentimento de deslealdade devido à confidencialidade das discussões no Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Belo Horizonte. O valor total da indenização, estimado em R$ 127 bilhões, incluindo os gastos atuais da Fundação Renova (cerca de R$ 37 bilhões), não foi bem recebido por muitos negociadores.
Enquanto as empresas argumentam que a indenização proposta é considerável, há questionamentos sobre a eficácia dos gastos da Renova e vitórias em ações judiciais que já renderam mais do que o oferecido pelas mineradoras. Em janeiro, elas foram condenadas a pagar R$ 47,6 bilhões em danos morais coletivos e, em março, enfrentaram outra condenação significativa.
Fonte: @ Mercado e Consumo
Comentários sobre este artigo