Empresa substitui mergulhadores em plataformas por operações anuais, modernizando circuitos de válvulas de segurança.
A Petrobras fez história ao se tornar a primeira grande petroleira a adotar totalmente o uso de robôs submarinos em operações abaixo de 50 metros de profundidade nos oceanos. A transição para esses robôs não apenas aumenta a segurança dos trabalhadores durante as atividades de extração de petróleo e gás em alto mar, mas também promete uma economia significativa de até US$ 400 milhões nos próximos quatro anos.
O avanço na utilização de máquinas inteligentes como substitutos para as tarefas que antes eram realizadas por mergulhadores profissionais representa um marco na indústria petrolífera. Com a integração desses autômatos, a Petrobras se destaca não apenas por priorizar a segurança e eficiência, mas também por impulsionar a inovação e a otimização de processos em suas operações submarinas.
Robôs revolucionando as operações subaquáticas
Antes de descer a profundidades de até 300 metros, os profissionais por operações entram numa câmara pressurizada, que faz o corpo chegar à pressão enfrentada. Uma das etapas preparatórias envolve a respiração de uma mistura que substitui o nitrogênio pelo gás hélio. Os procedimentos de compressão deixam a voz aguda e alteram o sabor dos alimentos, já que o paladar fica mais metálico. Além disso, o hélio modifica a sensação térmica.
Para a descida efetiva, os mergulhadores entram no ‘sino’ – uma estrutura metálica que os leva até o local do trabalho submerso nas plataformas. A Petrobras realizava cerca de dois mil mergulhos saturados por ano, com preparo nas câmaras pressurizadas. No entanto, a empresa está adotando cada vez mais a utilização de robôs, reduzindo a exposição dos profissionais ao risco e proporcionando mais segurança nas operações.
A tecnologia de ponta tem sido fundamental para o acionamento confiável das válvulas de segurança das plataformas. O primeiro projeto 100% ‘diverless’ da Petrobras aconteceu em 2023, durante ajustes nos circuitos de válvulas de segurança da plataforma Mexilhão, na Bacia de Santos. Essa plataforma é responsável pelo escoamento de quase um quinto do gás produzido no Brasil. Na ocasião, a troca de peças foi realizada inteiramente por robôs.
Apesar da transição para o uso mais frequente de robôs, a Petrobras ainda mantém a utilização de mergulhadores para atividades até 50 metros de profundidade. Parte dos mergulhadores está migrando para frentes ‘diverless’ e recebendo treinamento para operar os robôs submarinos. A integração de autômatos nas operações subaquáticas está promovendo avanços significativos em termos de eficiência e segurança. Os mergulhadores estão se adaptando a essa nova era tecnológica, em que máquinas inteligentes se tornam aliadas essenciais.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo