Exagero agora equivale a ostentação, não elegância. Diferença grande em coisas: demasia, proporções, cores, modelagens, sobreposições, influência. Punk, romantismo, feminino, Quiet, Luxury, look. Super discreto, básicos, sem chamar atenção. Dramaturgia, personagem. Shivon Roy, Succession, HBO. Mercado de luxo brasileiro, consultoria, Bain & Company, Valor Econômico. Vogue, crescer, questão geracional, consumir luxo, posicionamento social, bens posicionais.
Tenho algumas fotos da minha infância, mas quase nenhum da minha adolescência. A memória é falha e é impossível lembrar de tudo. Quando nos esquecemos desses momentos, somos salvos pelos registros fotográficos. Lamento não ter muitos dessa época. A moda da adolescência passou despercebida nas minhas lembranças.
As vestimentas daquela época eram tão marcantes, mas infelizmente não consigo recordar. A moda da juventude sempre traz consigo tendências e estilos únicos, que gostaria de ter guardado em fotos. A indumentária da adolescência é algo que gostaria de ter registrado para relembrar os modelos de passarela que fizeram parte da minha vida.
Reflexões sobre a Moda e o Estilo ao Longo das Décadas
Ao analisar a evolução da moda ao longo das décadas, é inevitável refletir sobre como as roupas e vestimentas refletem não apenas o estilo, mas também a demasia presente em cada época. Nos anos de 1980, a moda era marcada por uma explosão de cores, modelagens exageradas e sobreposições ousadas. Era uma época em que a influência do movimento punk se fazia presente, com roupas rasgadas e um ar desafiador.
Por outro lado, o romantismo idealizado da princesa Diana também deixava sua marca, especialmente nas mangas bufantes que dominavam as peças mais formais. As ombreiras e roupas amplas, usadas pelas mulheres, refletiam o movimento feminino em busca de igualdade, especialmente no mercado de trabalho. Era um tempo de excesso, mas não necessariamente de ostentação.
A moda é uma forma de expressão que reflete o contexto vivido, e ao longo das décadas, vimos uma evolução significativa. Uma das tendências mais recentes é o Quiet Luxury, que preza pela discrição e pela elegância atemporal. Nessa nova abordagem da moda, menos é mais, e os consumidores buscam por peças de alta qualidade e design refinado, ao invés de ostentação.
Influenciados por ícones da moda como Miuccia Prada, herdeira da marca italiana Prada, as pessoas buscam por looks super discretos, básicos e sem chamar atenção. Essa abordagem minimalista também é vista na dramaturgia, como no caso da personagem Shivon Roy de ‘Succession’, que opta por looks clean e sem ostentação, mesmo em meio a excentricidades.
O mercado de luxo brasileiro reflete essa mudança de mentalidade, com projeções de crescimento significativo nos próximos anos. Um estudo realizado pela consultoria Bain & Company revelou que o mercado de luxo deve quase dobrar de tamanho até 2030, atingindo cifras impressionantes. Essa expansão traz consigo uma questão geracional importante, pois as novas gerações buscam posicionar-se socialmente através do consumo de bens posicionais.
A mensagem da discrição e da seletividade ganha cada vez mais destaque, em contraste com a ostentação vista em décadas passadas. A elegância é agora associada à sobriedade, e a extravagância perde espaço para a sofisticação discreta. Compreender essa mudança de paradigma é essencial para as marcas de luxo, que precisam se adaptar às novas demandas do mercado e das gerações emergentes.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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