Pela 1ª vez, avaliações internacionais de educação medem a criatividade de estudantes de 15 anos na resolução de problemas. Brasil está em 44º lugar entre 56 países.
Mais da metade (54,3%) dos estudantes brasileiros de 15 anos demonstraram um desempenho insatisfatório ao tentar resolver desafios sociais e científicos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). A informação foi compartilhada hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os Estudantes PISA brasileiros enfrentaram dificuldades significativas ao lidar com questões que exigiam criatividade e raciocínio crítico. O PISA é uma importante ferramenta para avaliar o desempenho educacional em nível internacional, revelando a necessidade de melhorias no sistema de ensino do país.
Explorando a Avaliação de Estudantes PISA
Talvez você tenha acompanhado nos últimos anos as informações sobre os resultados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), uma das avaliações educacionais mais significativas globalmente. Essa avaliação tradicionalmente foca nos conhecimentos de estudantes de escolas públicas e privadas em matemática e leitura. No entanto, recentemente, o PISA expandiu seus horizontes, indo além da identificação de figuras geométricas e compreensão de textos extensos.
Em sua edição de 2022, realizada com atraso devido à pandemia, o PISA passou a avaliar também a criatividade dos participantes. Agora, a prova busca mensurar se os estudantes conseguem oferecer soluções originais para situações-problema, se são capazes de expressar novas ideias por meio da escrita e da arte, e se possuem imaginação para criar narrativas fora do convencional.
Entre os 56 países participantes, incluindo membros da OCDE e parceiros, o Brasil se posicionou na 44ª colocação, ficando atrás de outras nações latino-americanas como Uruguai, Colômbia e Peru. Os dados de desempenho do Brasil revelam que o país obteve 23 pontos em uma escala de 0 a 60, ficando 10 pontos abaixo da média da OCDE.
Uma disparidade significativa de 11 pontos foi observada entre o desempenho dos estudantes brasileiros menos favorecidos economicamente, com 19 pontos, e os mais privilegiados, com 30 pontos. Dentre as áreas de criatividade avaliadas no PISA, a resolução de problemas científicos foi a que apresentou menor sucesso no Brasil.
Além disso, o Brasil teve uma alta porcentagem de estudantes nos níveis 1 e 2 de criatividade, os mais baixos do PISA, totalizando 54,3%. Esses alunos demonstraram habilidades limitadas, como produzir desenhos simples e apresentar ideias óbvias, com dificuldade em propor múltiplas soluções para um problema.
As correções das questões de criatividade no PISA envolviam a avaliação da expressão escrita e artística, bem como a capacidade de resolver problemas sociais e científicos. Por exemplo, uma questão pedia que os alunos criassem três títulos diferentes para a imagem de um livro gigante em um jardim, sendo que respostas mais simples e literais eram associadas aos níveis mais baixos de criatividade.
No topo da lista de criatividade do PISA estão países como Singapura, Coreia, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Estônia, Finlândia, Dinamarca e Letônia, com pontuações que evidenciam suas habilidades em solucionar problemas sociais e científicos de forma criativa.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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