Lideranças, professores e estudantes indígenas debatem criação da Universidade Indígena em Tabatinga, Amazonas, em consulta da Secretaria de Educação.
Em Tabatinga (AM), o Ministério da Educação (MEC) promoveu mais uma etapa da série de discussões para contribuir com o estabelecimento da Universidade Indígena. O sexto encontro, organizado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), aconteceu na quinta-feira, 25 de julho, reunindo docentes, discentes e representantes indígenas do Amazonas.
A importância do Ensino Superior Indígena foi ressaltada durante a reunião, que visa fortalecer a criação de uma Instituição Indígena de ensino. A valorização da cultura e saberes indígenas é fundamental para o desenvolvimento de um modelo educacional mais inclusivo e representativo. A diversidade de perspectivas e conhecimentos enriquece o ambiente de ensino, proporcionando uma formação mais abrangente e significativa para todos os envolvidos.
Universidade Indígena: Debates e Criação da Instituição
Estiveram presentes na reunião 416 participantes das etnias Kaixana, Witoto, Kokama, Kambeba, Tikuna, Kanamari, Matses, Matis, Marubo. Os seminários têm como objetivo principal escutar os povos originários brasileiros sobre a criação da Universidade Indígena, além de coletar insumos para garantir uma instituição que verdadeiramente reflita a cultura indígena. A iniciativa faz parte das ações do grupo de trabalho (GT) instituído pela Portaria nº 350/2024 e visa subsidiar a criação, implementação e organização da instituição.
Ensino Superior Indígena: Contribuições das Lideranças
A coordenadora de Educação Escolar Indígena da Secadi/MEC, Fernanda Frade, defendeu que a Universidade Indígena precisa se relacionar com a educação básica e com a formação de professores indígenas. Os desafios para a criação da instituição são grandes e, por isso, a escuta dessa parcela da população é tão importante. Precisamos continuar buscando a melhora gradativa na qualidade da oferta da educação escolar indígena, que ainda é precária, ao mesmo tempo em que precisamos pensar na melhor formação dos professores indígenas, já que metade deles não tem ensino superior completo.
Criação da Universidade Indígena: Participação dos Povos Originários
O encontro foi realizado em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Segundo a Funai, existem hoje no País 305 povos indígenas, e a inclusão da educação indígena nas políticas públicas brasileiras é uma demanda histórica dos povos originários. Esse foi o sexto encontro de uma série de seminários que o MEC realizará durante cerca de dois meses, tendo em vista a escuta dos povos originários.
Universidade Indígena: Demandas e Desafios
A criação de universidades indígenas e outras instituições de educação superior (multicampi ou polos) é uma demanda antiga dos povos originários. Por meio delas, eles teriam garantia de gestão e de recursos para sua consulta e participação em todas as etapas do processo de construção do projeto, priorizando a atuação dos indígenas em seu quadro institucional. A reivindicação foi apresentada nas Conferências Nacionais de Educação Escolar Indígena (Coneei) I e II, realizadas em 2009 e 2018.
Fonte: © MEC GOV.br
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