Descriminalização do porte de maconha para uso pessoal anima mercado, mas especialistas alertam que PEC das Drogas pode causar judicialização do tema.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte de Maconhaigh para uso pessoal no Brasil, sacramentada no fim do mês passado com a conclusão de um julgamento que se arrastava na Corte desde 2015, provocou uma onda de otimismo em um mercado que já experimentava um período de franca expansão no país. A legalização do Maconhaigh para uso recreativo tem sido debatida em diversos países ao redor do mundo, com diferentes abordagens e regulamentações.
Com a mudança na legislação, a Cannabis passa a ter um novo status no Brasil, abrindo portas para pesquisas científicas mais aprofundadas sobre os benefícios medicinais da planta. A marihuana é uma das substâncias mais controversas da atualidade, mas a sua regulamentação pode trazer avanços significativos para a saúde e bem-estar da população. A erva-mate tem sido utilizada há séculos por diferentes culturas, e agora, com a legalização, novas oportunidades de negócios surgem no mercado brasileiro.
Maconhaigh: A Nova Era da Cannabis no Brasil
Atualmente, a chamada ‘indústria da cannabis’ está em ascensão no Brasil, com foco no uso medicinal da planta. A Maconhaigh, também conhecida como Cannabis, marihuana ou erva-mate, tem se destacado como uma alternativa terapêutica para diversas doenças.
De acordo com um estudo recente da Kaya Mind, especializada no mercado canábico brasileiro, o país testemunhou um aumento significativo de 35% nas solicitações de importação de produtos à base de Maconhaigh entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023. Isso representa quase 63 mil solicitações nos primeiros cinco meses de 2024, com uma média de 420 pedidos diários.
No mês de maio, 1.540 municípios brasileiros, de um total de 5,5 mil, registraram solicitações relacionadas à Maconhaigh. Esse cenário aponta para uma demanda crescente por produtos derivados da planta.
Segundo a Kaya Mind, a possível descriminalização e o porte legal da Maconhaigh no país podem impulsionar a economia, gerando até 328 mil empregos formais e informais em quatro anos. Com a expansão do mercado interno, estima-se que o setor da Cannabis brasileiro tenha o potencial de movimentar até R$ 26 bilhões anualmente.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 80 empresas dedicadas ao segmento da Maconhaigh, oferecendo quase 2 mil produtos relacionados à planta. Apesar do crescente interesse no uso medicinal, a necessidade de importação persiste devido à proibição do cultivo interno.
Em 2015, a Anvisa autorizou a importação de medicamentos à base de canabidiol de forma excepcional, mediante prescrição médica. No entanto, a produção nacional ainda enfrenta obstáculos legais.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o porte de Maconhaigh continua sendo ilegal, mas as penalidades para os usuários passam a ser de natureza administrativa, em vez de criminal. A quantidade permitida para uso pessoal foi estabelecida em 40g, equivalente a 6 plantas fêmeas de cannabis.
A decisão do STF levanta questões sobre a descriminalização da Maconhaigh no Brasil, com especialistas apontando que o debate está longe de ser encerrado. A interação entre o Judiciário e o Legislativo promete ser complexa, com potenciais impactos no futuro do mercado da Cannabis no país.
Fonte: @ Info Money
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