Alerta: Clima tenso por indicador americano aquém das expectativas, alimentando tese de recessão.
O documento mais relevante para o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve, Fed), conhecido como folha de pagamento, revelou uma quantidade de empregos criados inferior às estimativas do mercado. Esses dados acenderam o alerta entre os investidores e provocaram um aumento da pressão de venda em diversos mercados.
Diante desse cenário, os mercados globais reagiram de forma imediata, com oscilações nos preços das ações e nos índices de mercado, refletindo a incerteza gerada pela divulgação dos números do payroll. A análise ágil e cuidadosa dos investidores se tornou crucial para navegarem em um ambiente de mercado volátil e altamente influenciado por essas informações impactantes.
Mercados em Alerta com Desaceleração Mais Forte
Mas esta foi apenas a gota d’água, após uma enxurrada de dados que apontam para uma desaceleração mais forte do que seria considerado ideal para alcançar o ‘pouso suave’. Diante dessa perspectiva, o Ibovespa despencou 1,41%, aos 134.572 pontos. O acumulado deste primeira semana de setembro acusou um recuo de 1,05%. O volume financeiro desta sexta foi considerado baixo, apenas de R$ 13,4 bilhões, ante os R$ 16,6 bilhões da média diária dos últimos 12 meses.
Mercados Sob Pressão com Criação e Venda
O mercado esperava que o ciclo de corte de juros pudesse voltar antes que a economia começasse a se deteriorar como resultado de muito tempo de taxas altas. Este é o chamado ‘pouso suave’. Após uma semana com vários indicadores apontando para uma atividade mais fraca que a expectativa, o mercado de ações afundou. Tanto na Europa como nas bolsas de Nova York, a possibilidade de uma recessão voltou a assombrar os agentes de mercado, que evitaram ativos de risco, como ações e mercados emergentes.
Mercado Número de Empregos Reduzido, mas Alerta Suave
Diante da criação de apenas 142 mil vagas quando o consenso apontava para 160 mil, foi motivo de desânimo no início das negociações. No entanto, nas entranhas do relatório, alguns dados não foram tão decepcionantes. A taxa de desemprego ficou em 4,2%, menos que os 4,3% do mês anterior, exatamente como estimavam os analistas. Houve ainda setores em que foi visto melhora na renda mensal. Apesar do estresse observado nos mercados nesta sexta-feira, os números do relatório de emprego dos EUA não indicam sinais de fraqueza significativa na economia ou no mercado de trabalho.
Sinal de Alerta nos Mercados com Mercados Sob Pressão
Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, analisa que a volatilidade reflete mais a incerteza quanto ao ritmo dos cortes de juros do que uma deterioração nos fundamentos econômicos. Ontem foi o relatório de emprego no setor privado dos EUA (ADP, na sigla em inglês para Automatic Data Processing) que mostrou uma desaceleração da criação de vagas no setor privado em agosto.
Cautela no Mercado com Selic e Dólar
Caso realmente o cenário que o mercado espera se concretize (com queda de juros nos Estados Unidos e alta da Selic aqui), o dólar deve perder força ante o real. Afinal, a renda fixa brasileira ganharia uma vantagem competitiva em relação aos mercados internacionais. A incerteza paira sobre os principais mercados, à medida que as questões econômicas se intensificam, elevando a pressão sobre a direção que as políticas monetárias globais podem tomar.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo