Professor Goldenfum (Agência Brasil): “Guaíba não é consenso bidimensional: rio ou lago. Seu comportamento dual importa para modelagem. Níveis e interpretações variam, predominante direção influencia corrente, proteção permanente é crucial.”
Não há unanimidade científica sobre a classificação do Guaíba como rio ou lago, devido ao seu comportamento dual, declarou nesta quinta-feira (16) à Agência Brasil o professor Joel Avruch Goldenfum, líder do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).
O Guaíba é uma importante fonte de estudo para os pesquisadores que se dedicam a compreender a complexidade dos recursos hídricos. A região do Rio Guaíba oferece um cenário desafiador e fascinante para a investigação científica, destacando a necessidade de mais pesquisas para desvendar seus mistérios.
Discussão sobre o comportamento dual do Rio Guaíba
As margens do Rio Guaíba se comportam de maneira peculiar, assemelhando-se a um lago em diversos aspectos. Questões de recirculação e baixa profundidade são predominantes, tornando o ambiente basicamente bidimensional, sem uma direção clara. O fluxo da água no Guaíba é descrito como uma corrente importante, especialmente devido à influência das águas do Rio Jacuí, que drenam uma vasta área de 80 mil quilômetros quadrados.
Modelagem e variação de níveis no Guaíba
O professor Goldenfum destaca a importância da modelagem dos processos no Guaíba, independentemente de ser considerado um lago ou um rio. Para ele, compreender como o Guaíba se comporta ao encher ou esvaziar é crucial para a gestão adequada do ambiente. A dualidade do comportamento do Guaíba, ora semelhante a um rio, ora a um lago, apresenta desafios na interpretação dos fenômenos observados.
Interpretações legais e científicas do Guaíba
Segundo as legislações vigentes, a definição do Guaíba como rio ou lago acarreta em diferentes medidas de proteção ambiental. Enquanto interpretações científicas divergem sobre o comportamento predominante do Guaíba, questões legais exigem definições claras para determinar zonas de proteção. A população local historicamente se refere ao Guaíba como um rio, mas debates recentes levantam a possibilidade de considerá-lo um lago, gerando controvérsias.
Desafios e movimentos em torno do Guaíba
O comportamento dual do Guaíba gera debates acalorados, com movimentos ambientais defendendo a criação de faixas de proteção permanente ao redor do Guaíba. Enquanto a ciência busca compreender a natureza complexa do ambiente, questões legais e disputas judiciais surgem para determinar a classificação adequada do Guaíba. A história recente do Guaíba, que transitou de rio para lago, reflete a constante evolução das percepções sobre esse importante corpo d’água.
Fonte: © TNH1
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