Professora afirma que mudanças devem impactar o Brasil: Parlamento Europeu, consenso científico, liderado por Trump, fazendeiros protestam, negacionismo climático.
O crescimento da extrema-direita no Parlamento Europeu, mesmo que restrito em quantidade e concentrado em certas regiões, tem o potencial de impactar as políticas ambientais em escala global, conforme análise de especialistas consultados pela Agência Brasil.
Além disso, a disseminação da ultradireita e do radicalismo político, associados à ideologia de extrema-direita, levanta preocupações sobre o futuro das questões ambientais e da sustentabilidade em diversas instâncias governamentais e sociais.
Extrema-direita e o Negacionismo Climático
As legendas de extrema-direita, como o Partido Republicano dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, têm se destacado por negar o quase consenso científico sobre o aquecimento global. Essa postura, alinhada com a ideologia de extrema-direita, tem gerado debates acalorados em diferentes esferas políticas.
A professora de relações Internacionais do Ibmec de São Paulo, Natalia Fingermann, destaca a importância das mudanças na Europa e nos Estados Unidos em relação à pauta ambiental e como essas mudanças podem impactar o Brasil. Em meio a isso, o atual governo brasileiro busca se posicionar como uma liderança global nessa agenda, o que gera incertezas e desafios.
Nesse contexto, mobilizações de fazendeiros têm ganhado destaque, como as que ocorreram na França recentemente. Essas mobilizações, além de abordarem questões ambientais, também refletem preocupações com a produtividade agrícola local e as possíveis mudanças nas regras do setor.
O professor Giorgio Romano Schutte ressalta que a pauta ambiental tem retrocedido na Europa, mesmo antes das eleições, e alerta para a resistência que ela pode gerar se não considerar questões sociais e de soberania energética. Ele destaca que a extrema-direita tem sido uma força motriz nessa resistência, aproveitando-se de discursos protecionistas e nacionalistas.
Por outro lado, o professor Gilberto Maringoni levanta dúvidas sobre o impacto do avanço da extrema-direita na Europa em relação à pauta ambiental, apesar do negacionismo climático presente nesses partidos. Ele enfatiza que o perigo está mais relacionado ao protecionismo e ao nacionalismo econômico do que ao discurso negacionista.
Diante desse cenário, partidos de centro-direita e centro-esquerda na Europa têm adotado posturas mais rígidas em relação à imigração e reduzido as legislações ambientais para combater a ascensão da extrema-direita. Essa mudança de posicionamento político pode representar um risco, conforme aponta Giorgio Romano, ao aproximar as agendas de diferentes espectros ideológicos.
A situação se reflete também no cenário político da Alemanha, com o surgimento do partido de esquerda BSW, que defende restrições à imigração como forma de proteger os salários locais. Essa convergência de pautas entre diferentes correntes políticas evidencia a complexidade das questões ambientais e migratórias no contexto atual.
Fonte: @ Agencia Brasil
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