Cuidados médicos pós-evento cardíaco devem incluir apoio à saúde mental, especialmente em mulheres, para reduzir riscos de depressão e hospitalização.
O zelo pela saúde mental é fundamental no cuidado pós-parada cardíaca, principalmente para as mulheres, conforme revela um recente estudo. Durante os cinco anos subsequentes a uma parada cardíaca fora do hospital (OHCA), em que o coração cessa de bater abruptamente, as mulheres apresentaram maior probabilidade do que os homens de serem medicadas para tratar ansiedade ou depressão, como aponta um relatório divulgado na segunda-feira (8) na revista Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes.
É essencial garantir não apenas a saúde mental, mas também o bem-estar psicológico e físico dos pacientes após um evento tão impactante como uma parada cardíaca. A atenção à saúde como um todo, considerando não apenas o aspecto físico, mas também a dimensão psicológica, é crucial para promover a recuperação completa e a qualidade de vida a longo prazo.
Saúde Mental: Importância na Saúde e Bem-Estar
Solidão crônica pode aumentar o risco de AVC em adultos mais velhos, enquanto a ocitocina pode ser uma aliada no tratamento da obesidade e da depressão pós-parto. Tratar doenças mentais pode reduzir o risco de hospitalização em pacientes cardíacos, conforme apontado por pesquisadores.
Recomenda-se o monitoramento do bem-estar social e mental em indivíduos que sobreviveram a uma OHCA, não apenas imediatamente após o evento, mas também a longo prazo. Robin Smits, autora principal do estudo, destaca a relevância desse cuidado, especialmente para as mulheres, mas ressalta que os homens também podem se beneficiar.
Analisando dados de 259 mulheres e 996 homens nos Países Baixos que sobreviveram a uma parada cardíaca fora do hospital entre 2009 e 2015, a equipe comparou o status socioeconômico e a saúde mental dos pacientes com os da população em geral. Mulheres que fazem uso de medicamentos para ansiedade ou depressão após uma parada cardíaca foram mais frequentes do que na população em geral, revela Smits, pesquisadora pós-doutorada no Amsterdam University Medical Center.
Investigações adicionais são necessárias para identificar as intervenções necessárias para auxiliar as pessoas a se recuperarem após uma OHCA. A conexão entre a saúde mental e cardíaca tem sido cada vez mais explorada, destacando a importância de cuidar de ambas as áreas para uma vida saudável.
Estudos anteriores mostram que a depressão é comum em pacientes hospitalizados por ataque cardíaco, assim como em sobreviventes de AVC e cirurgia de revascularização do miocárdio. O estresse e a saúde mental podem agravar os eventos cardíacos, criando um ciclo que afeta negativamente a qualidade de vida.
Esse novo estudo é apenas o ponto de partida para aprofundar o entendimento sobre a relação entre saúde mental e cardíaca. Embora tenham sido considerados fatores que poderiam influenciar os resultados, há nuances a serem exploradas. A diferença no acesso aos cuidados de saúde mental entre homens e mulheres também merece atenção, assim como as experiências vividas que vão além dos dados analisados.
A interseção entre saúde mental e cardíaca é complexa e requer uma abordagem holística para promover o bem-estar geral. A conscientização sobre essas questões é fundamental para garantir uma vida saudável e equilibrada.
Fonte: © CNN Brasil
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