Pesquisa demonstra que benefícios ultrapassam riscos para maioria das mulheres pré-menopausa; especialistas brasileiros concordam: baixas taxas, boa relação benefício-risco, ondas de calor, suor noturno, indicação aprovada pela FDA, terapia hormonal combinada (estrogênio e progesterona), risco de câncer de mama 20%, metade das mulheres, osteoporose, fraturas, teor de gordura.
Mulheres com menos de 60 anos apresentam uma relação de benefício-risco mais positiva ao iniciar a terapia hormonal em comparação com aquelas que começam o tratamento na pós-menopausa, segundo um estudo de acompanhamento de 20 anos publicado no JAMA Women’s Health esta semana. A terapia hormonal pode oferecer uma experiência mais favorável a essa faixa etária, contribuindo para uma qualidade de vida.
O estudo destacou que mulheres mais jovens demonstram menores taxas de efeitos adversos com a terapia hormonal, enfatizando a importância de considerar a idade ao adotar a hormone replacement therapy (HRT). Incorporar a HRT de forma adequada e no momento ideal pode trazer benefícios significativos para as mulheres e auxiliar na sua saúde e bem-estar a longo prazo.
Novas Perspectivas sobre a Terapia Hormonal na Menopausa
Os estudos mais recentes reforçam a importância de considerar a terapia hormonal no tratamento dos sintomas da menopausa, especialmente quando iniciada na pré-menopausa. A terapia hormonal, também conhecida como hormone replacement therapy (HRT), tem sido apontada como eficaz para aliviar ondas de calor, suores noturnos e outros sintomas incômodos da menopausa. É importante ressaltar que essa é uma indicação aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora americana.
No entanto, a relação de benefício-risco da terapia hormonal é um aspecto crucial a se considerar. Enquanto a terapia hormonal pode trazer alívio para os sintomas da menopausa, não é recomendada para a prevenção de doenças cardíacas, derrames, demência ou outras condições crônicas. Estudos recentes também demonstraram que a terapia hormonal não aumentou as taxas de mortalidade em comparação com o uso de placebo, e não apresentou um aumento significativo no risco de problemas cardíacos e derrames.
Um ponto de atenção está relacionado ao risco de câncer de mama associado ao uso prolongado da terapia hormonal combinada, que consiste na reposição de estrogênio e progesterona. Por outro lado, as mulheres que fizeram uso apenas de estrogênio, geralmente devido a uma histerectomia, apresentaram um risco 20% menor de desenvolver câncer de mama.
Em contraste, a história da terapia hormonal teve seus desafios no passado, como evidenciado pela Iniciativa de Saúde da Mulher em 2002. Esse estudo financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos revelou um aumento no risco de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e outros efeitos adversos associados ao uso de terapia hormonal combinada para sintomas da menopausa. Embora tenha sido observado um menor risco de fraturas e câncer colorretal em pacientes que utilizavam terapia hormonal combinada, os riscos superaram os benefícios.
Diante dessas descobertas, muitas mulheres interromperam a terapia hormonal, o que resultou em uma diminuição significativa nas taxas de câncer de mama em 2003. No entanto, é importante ressaltar que os pesquisadores do novo estudo defendem que os resultados anteriores não devem ser motivo para privar as mulheres em menopausa precoce de uma potencial terapia hormonal benéfica.
Além da terapia hormonal, o estudo também abordou a questão da suplementação de cálcio, vitamina D e uma dieta com baixo teor de gordura para mulheres na pós-menopausa. Com metade dessas mulheres desenvolvendo osteoporose, uma condição que aumenta o risco de fraturas devido à redução da densidade óssea, a questão da prevenção é crucial. Os novos achados indicam que a suplementação rotineira de cálcio e vitamina D pode não ser necessária para todas as mulheres na pós-menopausa, mas pode ser benéfica para aquelas que não atendem às recomendações nutricionais para esses nutrientes.
Portanto, embora a terapia hormonal tenha suas considerações sobre riscos e benefícios, é essencial que mulheres na menopausa discutam suas opções com seus médicos para receberem um tratamento personalizado e adequado às suas necessidades individuais.
Fonte: @ Veja Abril
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