Pesquisador associa aumento da dengue a anomalias térmicas e degradação ambiental em altitudes elevadas.
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que pode causar sintomas graves como febre alta, dores de cabeça e no corpo, além de complicações que podem levar à morte. A melhor forma de prevenção da dengue é eliminar os criadouros do mosquito transmissor, como recipientes com água parada.
O aumento de dengue tem preocupado as autoridades de saúde, que alertam para a importância de medidas preventivas, como o uso de repelentes e telas de proteção nas janelas. É fundamental combater a proliferação do Aedes aegypti, principalmente em períodos de maior incidência da doença, como no verão. E lembre-se: qualquer sintoma suspeito deve ser comunicado imediatamente às autoridades de saúde.
Aumento da incidência de dengue devido às mudanças climáticas
Com as temperaturas cada vez mais elevadas, em consequência do desmatamento e das mudanças climáticas, também está ocorrendo o aumento de casos de dengue pelo país.É o que afirma o estudo ‘Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil’, realizado pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), publicado no portal Scientific Reports da Nature.
Segundo o pesquisador, a dengue vem se espalhando para as regiões Sul e Centro-Oeste, por conta do aumento dos eventos climáticos extremos, como secas e inundações. A degradação ambiental de biomas como o Cerrado também são geram certa influência.
Onda de calor no Brasil: veja temperaturas máximas nesta terça-feira (11) nas regiões afetadas Brasil supera total de casos de dengue de 2023 em menos de três meses Rio Acre pode inundar em Boca do Acre (AM), alerta Defesa Civil Se antes as regiões com altitudes elevadas funcionavam como barreira para a transmissão da dengue, atualmente estas áreas possuem altas taxas de incidência.’No interior do Paraná, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, o aumento de temperaturas está se tornando quase permanente.
A gente tinha cinco dias de anomalia de calor, agora são 20, 30 dias de calor acima da média ao longo do verão. Isso dispara o processo de transmissão de dengue, tanto por causa do mosquito quanto pela circulação de pessoas’, explica Barcellos.’Nessas regiões que estão sofrendo com altas de temperatura, também temos visto um desmatamento muito acelerado.
Impacto da degradação ambiental e das anomalias térmicas no avanço da dengue
E dentro do Cerrado Brasileiro há as cidades que já têm ilhas de calor, áreas de subúrbio ou periferias com péssimas condições de saneamento, tornando mais difícil combater o mosquito’, complementa o pesquisador.Christovam Barcellos utilizou técnicas de mineração de dados para avaliar a associação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de um período de 21 anos.
O artigo também é assinado pelos pesquisadores Vanderlei Matos, do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz; e Rachel Lowe e Raquel Martins Lana, do Centro de Supercomputação de Barcelona, com o qual o Observatório mantém cooperação técnica por meio do projeto Harmonize. Tópicos Dengue Desmatamento Mudanças climáticas pesquisa Compartilhe:
Fonte: © CNN Brasil
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