Pesquisas de Londres: mudanças climáticas extremas ameaçam saúde de idosos e pessoas com neurologias, AVC e psiquiatria, incluindo riscos a saúde pela variação de temperatura, enchentes, incêndios florestais, sleep quality, vulneráveis populações. (148 caracteres)
As mudanças climáticas têm o potencial de impactar de forma adversa a saúde de indivíduos com condições cerebrais no porvir, conforme apontado por uma recente pesquisa divulgada na The Lancet Neurology no dia quinze desta semana.
No futuro, as alterações climáticas podem ter implicações significativas para a saúde mental e física da população em geral, ressaltando a urgência de ações concretas para mitigar os efeitos do clima em nossas vidas diárias.
Mudanças climáticas e impactos nas doenças neurológicas
No estudo realizado pelos pesquisadores da London’s Global University (UCL), foi destacado que as mudanças climáticas têm impactos significativos nas doenças neurológicas, ressaltando a importância de compreender essas consequências para a saúde dos pacientes. A análise abrangeu a revisão de 332 artigos científicos publicados em diversos países entre os anos de 1968 e 2023, abordando 19 condições relacionadas ao sistema nervoso, selecionadas com base no estudo Global Burden of Disease 2016. Dentre essas condições, estão patologias como AVC (acidente vascular cerebral), enxaqueca, Alzheimer, meningite, epilepsia e esclerose múltipla.
Além disso, a equipe de pesquisa examinou o impacto das alterações climáticas em diversos distúrbios psiquiátricos graves, como ansiedade, depressão e esquizofrenia. Os resultados apontam para uma clara relação entre as mudanças climáticas e o agravamento de condições neurológicas, especialmente em casos de acidentes vasculares cerebrais e infecções do sistema nervoso.
O professor Sanjay M. Sisodiya, diretor de genômica na Sociedade de Epilepsia e membro fundador da Epilepsy Climate Change, ressaltou que a variação climática, incluindo extremos de temperatura e maior variação ao longo do dia, pode impactar diretamente as doenças cerebrais. Em especial, as temperaturas noturnas têm um papel crucial, podendo afetar a qualidade do sono, o que por sua vez está associado a uma série de problemas cerebrais.
Um ponto relevante levantado pela equipe de pesquisa é a vulnerabilidade das pessoas com demência às mudanças climáticas. A deficiência cognitiva pode limitar a capacidade de adaptação a eventos climáticos extremos, como inundações e incêndios florestais, aumentando o risco de danos e mortalidade. A fragilidade, multimorbidade e uso de medicamentos psicotrópicos também contribuem para a maior suscetibilidade desses indivíduos aos impactos das mudanças climáticas.
Os estudos demonstram que as altas temperaturas e ondas de calor estão associadas a um aumento nas internações hospitalares e riscos de morte, especialmente em casos de AVC e transtornos de saúde mental. As flutuações diárias de temperatura também desempenham um papel relevante nesse cenário, evidenciando a importância de medidas de adaptação e mitigação diante das mudanças climáticas em curso.
Fonte: © CNN Brasil
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