Descoberta pode influenciar diagnóstico do TEA; estudos necessários sobre papel desses componentes na produção de neurotransmissores e hormônios do bem-estar e prazer na população microbiana.
Elementos bacterianos e não bacterianos encontrados no microbioma intestinal podem ter conexão com o autismo em crianças, de acordo com uma nova pesquisa divulgada na Nature Microbiology, na segunda-feira (8).
O estudo aponta que a composição do microbioma intestinal pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do autismo. A pesquisa sugere que a interação entre os componentes do microbioma e o sistema imunológico pode influenciar a manifestação do transtorno do espectro autista.
Autismo: O Papel Importante do Microbioma Intestinal
A pesquisa recente destaca a importância de um conjunto desses componentes na compreensão do autismo. O microbioma intestinal, composto por uma população microbiana diversificada, desempenha um papel crucial na produção de neurotransmissores essenciais para o bem-estar e o prazer, como a serotonina e a dopamina.
Descobertas Sobre o Autismo e o Microbioma Intestinal
Estudos anteriores já exploraram a relação entre o microbioma intestinal e o autismo, mas poucos se concentraram nas diferenças na composição das bactérias intestinais em indivíduos autistas em comparação com aqueles neurotípicos. A pesquisa recente preenche essa lacuna, examinando arqueias, fungos, vírus e genes microbianos em crianças com TEA.
Sequenciamento Metagenômico e Aprendizado de Máquina
Os pesquisadores realizaram o sequenciamento metagenômico em amostras fecais de crianças com e sem TEA, identificando marcadores específicos associados ao transtorno. Utilizando aprendizado de máquina, desenvolveram um modelo capaz de identificar com precisão crianças com autismo. Esses marcadores têm potencial diagnóstico clínico, auxiliando no diagnóstico precoce e preciso do autismo.
Limitações e Futuras Pesquisas
Embora promissoras, as descobertas do estudo apresentam limitações. A relação causal entre o microbioma intestinal e o autismo ainda não está clara, sendo necessária a replicação dos resultados em diferentes populações. Futuras pesquisas podem explorar mais a fundo como as diferenças no microbioma intestinal estão relacionadas ao autismo e como podem influenciar no desenvolvimento de estratégias de intervenção.
Conclusão: Avanços na Compreensão do Autismo
Em suma, a pesquisa destaca a importância do microbioma intestinal no contexto do autismo, abrindo novas perspectivas para o diagnóstico e tratamento dessa condição. A integração de dados microbiológicos e clínicos pode revolucionar a maneira como o autismo é abordado, oferecendo esperança para uma melhor qualidade de vida para indivíduos no espectro autista.
Fonte: © CNN Brasil
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