Advogadas paulistas são maioria (51%), mas apenas 5,3% das mais bem pagas. Estudo inédito da seccional admite desigualdade de gênero.
A atuação como advogada em São Paulo mostra uma predominância feminina, com 51% de representatividade, porém, quando se analisa os profissionais mais bem remunerados, elas são minoria. Apenas 5,3% das advogadas inscritas na seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) afirmam receber mais de R$ 15 mil por mês atuando no campo do Direito.
Por outro lado, entre os homens, a realidade é diferente, com 13,7% deles ganhando acima desse valor. A disparidade salarial entre gêneros na profissão de advogada ainda é evidente, destacando a importância de medidas para promover a equidade de remuneração e oportunidades no mercado jurídico.
Maior parcela das advogadas admite estar em grupo mais mal remunerado
A predominância das advogadas em situação de menor remuneração foi identificada por um estudo inédito da OAB-SP sobre a advocacia no estado. De acordo com a pesquisa, quase quatro de cada dez advogadas (39,5%) estão inseridas no grupo que fatura até R$ 5 mil. Por outro lado, entre os homens, 30,9% estão nesse mesmo grupo menos remunerado.
Equidade e Valorização da Advogada
Desde que assumiu a presidência da entidade em 2022, Patricia Vanzolini, presidente da OAB-SP, tem liderado uma batalha constante pela equidade de gênero e raça na profissão de advogada. Segundo ela, o estudo realizado trará informações essenciais para a formulação de medidas que visam valorizar a atuação das advogadas no estado de São Paulo.
Ramos do Direito e Remuneração
Em São Paulo, 35,3% dos profissionais do Direito, independentemente do gênero, afirmam ganhar até R$ 5 mil. A pesquisa revelou que 21,2% dos advogados recebem entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, enquanto 6,2% têm uma remuneração superior a esse valor, porém inferior a R$ 15 mil. A renda média dos advogados atuantes em São Paulo é de R$ 8.512,72, sendo que a remuneração almejada é de R$ 22.146,07.
Variações na Atuação Profissional
Mais da metade dos inscritos na OAB-SP (52%) atuam exclusivamente como advogados. Por outro lado, 14% exercem outra profissão e 34% dividem seu tempo entre a advocacia e outras atividades. Dentre os que atuam fora da advocacia, 16,97% são empresários, seguidos por aposentados (9,66%), professores (6,53%) e funcionários públicos (6,27%).
Demandas dos Advogados Paulistas
O estudo também identificou as principais queixas e demandas dos inscritos na seccional paulista da OAB. A dificuldade mais mencionada foi a prospecção de clientes (16,54%), seguida pela concorrência em um mercado saturado (12,06%). Os profissionais destacaram a importância de cursos gratuitos (12,44%) e de estratégias de marketing (6,22%) oferecidos pela OAB-SP para facilitar seu trabalho.
Metodologia da Pesquisa
A pesquisa quantitativa foi realizada por meio de questionários estruturados aplicados a advogadas e advogados inscritos na OAB-SP e residentes em municípios paulistas, no período de 6 a 22 de dezembro de 2023. Foram entrevistadas 804 pessoas, com margem de erro de 3,5% e nível de confiança de 95%.
Fonte: © Conjur
Comentários sobre este artigo