Justiça de GO favorece trading, exclui CPR de processos. Número de pedidos, mercado financeiro e garantias em propriedades rurais são termos relevantes.
A situação atual do país tem levado muitos empresários do setor agropecuário a recorrerem à recuperação judicial, como forma de lidar com as dificuldades financeiras enfrentadas. A busca por alternativas para a reestruturação de dívidas tem se tornado cada vez mais comum entre os produtores rurais.
Os agricultores que optam pela recuperação judicial muitas vezes buscam a renegociação de suas dívidas, podendo recorrer a instrumentos como a Cédula de Produto Rural (CPR) para viabilizar a quitação de seus débitos de forma mais vantajosa. A CPR é uma opção importante para os produtores que buscam reorganizar suas finanças e voltar a crescer no mercado agropecuário, trazendo benefícios tanto para eles quanto para seus credores.
Recuperação judicial: Agricultores e produtores enfrentam dificuldades com garantias contratuais
Muitos bancos e fundos de investimento que aportaram recursos em produtores têm encontrado dificuldade para executar as garantias contratuais, especialmente propriedades rurais, que têm sido consideradas bens essenciais em decisões de primeira instância na Justiça. A nova estratégia de muitos agricultores tem sido incluir nos pedidos de recuperação dívidas referentes às Cédulas de Produto Rural (CPR), usadas para financiar a produção.
Com isso, os produtores que recorrem à medida querem ganhar tempo para honrar os pagamentos e até mesmo renegociar os valores juntos aos credores. Muitos juízes já acataram esse tipo de pedido. A situação chegou a ser levada ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que endereçou o assunto ao colega da Esplanada, Carlos Fávaro.
O ministro da Agricultura encaminhou um ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pedindo a atuação do órgão para conter possíveis excessos e interpretações erradas dos juízes de primeira instância. Porém, uma decisão do Tribunal de Justiça de Goiás a favor da Agrex pode começar a mudar esse cenário.
Número de pedidos de recuperação judicial no setor agrícola gera preocupações no mercado financeiro
A trading conseguiu excluir o crédito de uma CPR equivalente a 30 mil sacas de soja do pedido de recuperação feito pelo produtor Luciano Cândido Soares. Apesar de não existir um levantamento oficial do número de pedidos de RJ feitos no setor nos últimos meses, fontes do mercado estimam que o valor dos débitos em negociação se aproximam de R$ 3,5 bilhões.
Ainda assim, especialistas defendem que a crise não permeia todo o setor produtivo. O economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, é um dos que refutam a ideia de crise generalizada no agronegócio.
Para ele, depois de três anos consecutivos de margens acima da média, é natural que o setor viva agora um momento de instabilidade. O mercado financeiro acompanha de perto as movimentações envolvendo as garantias contratuais e a recuperação judicial no setor agrícola.
Fonte: @ Info Money
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