Textos de saúde por especialistas; acesso rápido a exames e tecnologias; destaque para a Lei dos 60 dias e Panorama do Mieloma Múltiplo.
Estamos no período de destaque para a conscientização do mieloma múltiplo, o Março Borgonha. Esse câncer do sangue tem origem na medula óssea, onde os plasmócitos se multiplicam de forma descontrolada e se tornam malignos. É importante difundir informações sobre os sintomas, diagnóstico e tratamentos disponíveis para essa condição, que pode afetar tanto os idosos quanto os adultos mais jovens.
O mieloma múltiplo é considerado um câncer hematológico, afetando diretamente as células sanguíneas e comprometendo o sistema imunológico do paciente. É crucial um diagnóstico precoce para melhorar as chances de sucesso no tratamento. A conscientização sobre essa doença do sangue é fundamental para promover o acesso a cuidados médicos eficazes e oferecer suporte aos pacientes e familiares durante todo o processo de enfrentamento da enfermidade.
Impacto do Mieloma Múltiplo na Vida dos Pacientes
Os sintomas mais frequentes, como dores na região da coluna, fraturas ósseas, inchaço nas pernas e cansaço, podem confundir médicos e pacientes por também serem comuns a outras doenças – o que pode prejudicar o diagnóstico em tempo oportuno.
Além disso, embora hoje existam opções diversas e eficazes para o tratamento do mieloma múltiplo, há uma enorme barreira ao acesso, especialmente para aqueles que dependem dos serviços públicos de saúde, já que estas novas tecnologias ainda não fazem parte dos medicamentos aprovados para uso no Sistema Único de Saúde (SUS).
Março Borgonha é um mês dedicado a conscientização sobre a doença do sangue, o mieloma múltiplo. De acordo com o Panorama do Mieloma Múltiplo, estudo realizado pelo Observatório de Oncologia do Todos Juntos Contra o Câncer a partir de dados abertos do Ministério da Saúde, 79,7% dos pacientes demoraram mais de 60 dias para iniciar o tratamento. Isso significa que a Lei dos 60 dias não foi cumprida na maior parte dos casos.
De 2018 a 2022, foram registradas 13.524 mortes por mieloma múltiplo no Brasil, com os estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia apresentando mais óbitos.
Desafios no Diagnóstico e Tratamento do Mieloma Múltiplo
Apesar da baixa prevalência na população e, como mencionado anteriormente, da grande demanda de tratamentos, o mieloma múltiplo apresenta alta letalidade no SUS, em aproximadamente 50% dos casos, sendo responsável por cerca de 20% dos óbitos por cânceres hematológicos.
Continua após a publicidade O acesso a médicos especialistas e a demora para confirmar a doença são desafios significativos enfrentados pelos pacientes. É o que mostra a Jornada Abrale de Mieloma Múltiplo, a partir de entrevista com 164 pacientes respondentes.
Para fechar o diagnóstico, 51% dos usuários do SUS esperaram por mais de quatro meses, enquanto na saúde suplementar esse índice foi de 32%. Outra dificuldade é o acesso ao local de tratamento. Cerca de 39% dos entrevistados reside a 30 km ou mais de distância do centro onde se tratam.
Se forem considerados apenas os usuários do SUS, 38% dos pacientes moram a mais de 50 km de distância do hospital, enquanto na saúde suplementar esse número é apenas de 13%. A pesquisa qualitativa mostrou, ainda, que 94% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre a doença.
Informar sobre sinais e sintomas de alerta, o diagnóstico e tratamento, além de mapear a jornada do paciente de mieloma múltiplo, são ações fundamentais para propor avanços no atendimento integral a esses pacientes.
Estratégias para Melhorar o Acesso e Tratamento do Mieloma Múltiplo
É inaceitável que, com tantas opções terapêuticas disponíveis e com direito essencial ao tratamento oncológico em tempo, os pacientes enfrentem tantas dificuldades na prática, na vida real. Para mudar este cenário, é preciso disseminar informação de qualidade e, principalmente, de fácil compreensão.
Na Abrale, trabalhamos com a divulgação de informações sobre o mieloma múltiplo, visando a conscientização dos pacientes e da população em geral. Além disso, é essencial o envolvimento das políticas públicas para garantir o acesso equitativo a tratamentos e melhores resultados clínicos para todos os que enfrentam essa jornada.
Temos contato direto com especialistas e autoridades em Saúde para discutir e apresentar soluções a respeito da garantia da equidade na atenção oncológica e igualdade de oportunidades. A educação e comunicação são ferramentas fundamentais nesse processo de melhoria no cuidado com o mieloma múltiplo.
Para conhecer mais sobre nosso trabalho e ter mais informações sobre o mieloma múltiplo, acesse nosso site e saiba como podemos fazer a diferença na vida dos pacientes!
Fonte: @ Veja Abril
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