Sob cidade densamente povoada da Itália, perigo iminente devido ao Vesúvio. Ruas estreitas, zonas vermelhas. Vigilância contra erupções vulcânicas.
O vulcão Vesúvio é um dos destaques que marcam a paisagem de Nápoles, cidade italiana conhecida por sua agitação e sua rica história. Localizado próximo ao monte que recebe o mesmo nome, o Vesúvio desperta curiosidade e fascínio em visitantes do mundo inteiro.
O Vesúvio entrou em erupção pela última vez em 1944, deixando marcas profundas no entorno e reforçando a imponência do vulcão. Apesar do medo de uma nova erupção, o Vesúvio continua atraindo viajantes em busca de aventura e das belezas naturais que cercam o local. A paisagem ao redor do vulcão Vesúvio é de uma beleza ímpar, proporcionando cenários de tirar o fôlego.
Explorando a História Geológica de Nápoles e o Poder do Vesúvio
Trata-se de uma metrópole ainda influenciada por decisões tomadas há centenas de anos: redes de ruelas estreitas que nenhum urbanista jamais projetaria hoje; escritórios e hotéis modernos encostados em ruínas romanas e mansões centenárias. O que é menos óbvio é que Nápoles também tem um ritmo geológico — e este é o mais poderoso.
Na maioria das vezes, tem uma velocidade quase imperceptível, mas de vez em quando acelera até a catástrofe: uma erupção de lava e rochas que interfere em todas as outras escalas de tempo da cidade. Os vulcões de Nápoles têm um tempo diferente do dos seres humanos — evoluindo ao longo de décadas, séculos ou até mesmo milênios —, por isso pode ser fácil supor que são estáticos.
Mas isso está longe de ser verdade. O Vesúvio é o mais conhecido e famoso por ter destruído Pompeia e Herculano em 79 d.C. Ele se ergue acima da cidade. Mas há outras ameaças subterrâneas aqui, e algumas delas têm muito mais força reprimida.
Na verdade, um destes vulcões colossais está dando sinais preocupantes de que está prestes a entrar em erupção — e há centenas de milhares de pessoas vivendo em cima dele. Para descobrir como é viver e trabalhar ao lado destes verdadeiros ‘monstros’, visitei recentemente Nápoles para fazer um filme para a BBC — e conversei com os geólogos que os estudam e observam 24 horas por dia.
Descobri uma cidade que caminha para o desastre, mas ninguém pode dizer ao certo quando ou onde isso vai acontecer. Uma das últimas vezes que Nápoles sofreu um grande evento vulcânico foi há exatamente 80 anos. Em meados de março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, depósitos de magma e gás que se acumulavam lentamente sob o Vesúvio, começaram de repente a entrar em erupção.
Um médico militar dos EUA, Leander Powers, que estava servindo na Itália na época, descreveu o que viu: ‘Enquanto estávamos terminando o jantar, alguém ligou para dizer que havia fluxos vermelhos de lava gigantescos descendo pelas encostas do Monte Vesúvio… a gente podia ver um brilho no céu.
Durante toda a noite e domingo, houve tremores no solo com um tremendo rugido — semelhantes a trovões… As janelas chacoalhavam, e o prédio todo vibrava.’ No dia seguinte, a situação piorou: ‘Os rugidos se tornaram mais frequentes, como o rugido de um leão’, escreveu Powers.
‘Fluxos de lava eram lançados a milhares de metros de altura, e a zona rural ficava iluminada por quilômetros de distância. Muitas vezes, todo o topo da montanha parecia um inferno em chamas.’ Um noticiário de televisão da época mostra imagens surpreendentes da nuvem de cinzas gigante, dos turbulentos fluxos de lava e dos prédios desabando. Mais de 20 pessoas morreram.
Turismo no Vesúvio
Hoje, o Vesúvio está muito mais silencioso, e o acontecimento catastrófico de 1944 começa a desaparecer da memória coletiva à medida que as gerações mais velhas morrem. Atualmente, o cume é uma atração turística, repleta de ônibus que transportam os visitantes até o topo e barracas de souvenirs que vendem ímãs de geladeira feitos de lava solidificada.
Vim acompanhar um grupo de artistas e cientistas que estavam subindo até ao cume em um trabalho de campo, como parte de um festival chamado Volcanic Attitude. O Vesúvio não é como uma montanha…
Normalmente, quando você chega ao topo, você olha para a vista ao redor, mas aqui nosso olhar é atraído para dentro, para uma cratera gigante.
Quando o escritor Joseph Addison veio aqui em 1700, descreveu como ‘abóbada terrível’. Quando olhei por cima das grades, no entanto, vi apenas pedras quebradas e algumas nuvens de fumaça sulfurosa. Foi uma experiência sublime encontrar uma entidade com a magnitude e o poder de me destruir, mas felizmente não havia sinal da sua fúria passada.
Mesmo assim, o Vesúvio continua ativo — e um dia vai explodir novamente. Na subida, o geólogo Giovanni Macedonio, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), que guiava o nosso grupo, apontou para a topografia arruinada por erupções passadas. Quando o Vesúvio explodir, explicou ele, não será um mero filete de lava…
O Monitoramento Contínuo do Vesúvio
Abaixo de Nápoles, a placa tectônica africana está colidindo e descendo por baixo da Europa, criando uma mistura mais inflamável de magma e gás do que vulcões em lugares como a Islândia ou o Havaí. ‘Aqui temos erupções muito violentas’, afirmou Macedonio durante uma palestra no cume. ‘Em termos de energia, estamos falando de várias bombas nucleares.
Com a diferença de que, nas explosões nucleares, a energia é liberada em menos de um milissegundo, aqui essa energia é liberada ao longo de vários dias.
Mas quando calculamos a energia nesses eventos, estamos diante de dezenas, centenas ou até milhares de Hiroshimas.’ Prevendo essa ameaça, as autoridades de Nápoles organizaram a cidade em zonas: aqueles que estão na ‘zona vermelha’ precisam deixar o local se o nível de ameaça aumentar muito.
Cada um destes bairros está associado a uma comunidade em outro local da Itália, que vai acolher os moradores que fogem da catástrofe. Ao dirigir pelo trânsito caótico e pelas ruas congestionadas de Nápoles, é difícil imaginar como tudo isso pode dar certo na prática.
Um geólogo com quem conversei durante a viagem sugeriu que, se emitissem…
durante uma viagem sugeriu que, caso um alerta fosse emitido, seria mais rápido caminhar até um local seguro do que tentar dirigir. Mais tarde naquele dia, visitei o observatório onde os geólogos monitoram o Vesúvio e os outros vulcões da região da Campânia, 24 horas por dia.
Outrora instalada na encosta do Vesúvio, a estação de monitoramento funciona agora em um prédio de escritórios sem muita identidade, não muito longe do centro da cidade. Por dentro, no entanto, parece uma sala de controle de missão espacial, com diversas telas espalhadas por duas paredes, mostrando gráficos sismológicos, mapas e câmeras focadas na liberação de gases.
Foi aqui que vi indícios de uma ameaça vulcânica muito maior do que o Vesúvio, que os geólogos estão atualmente de olho. Do lado de fora do prédio, você pode não saber que ele está lá, mas aqui, em uma tela gigante, você pode ver evidências da sua presença: um mapa da cidade coberto por aglomerações de pontos coloridos.
São tremores causados por magma e gases que se deslocam nas profundezas do subsolo e, nos últimos anos, têm sido sentidos com frequência em Nápoles. A causa? Abaixo da cidade — e, na verdade, da maior parte da baía — há uma enorme…
Vulcano e Versuvio erupt here. But the population has never abandoned the area. Nápoles is both the host of these gigantic forces at a geological level. And it is a prominent city in history. The region has experienced eruptions that have shaken the ground and left behind a landscape dotted with magma deposits.
During our expedition, we visited the remnants of a lava flow that disrupted local life. We talked to local residents who shared their fears and hopes for the future. The monitoring of the Vesuvius, conducted by a dedicated team of scientists, was a testament to human resilience in the face of such a mighty force of nature.
One of the key aspects of living in a volcanic region is the constant uncertainty. The Vesuvius is a sleeping giant that may awaken at any moment. The inhabitants of Nápoles are aware of this fact, yet they continue with their daily lives, knowing that the only certainty is the unpredictable nature of the Vesuvio.
O Impacto das Erupções Vulcânicas na História da Humanidade
The volcanic eruptions in Nápoles have left a lasting mark on the city and its people. The destruction caused by these natural disasters has shaped the landscape, the culture, and the collective memory of Nápoles.
The residents of the city have learned to live with the constant threat of eruptions, adapting their lives to the rhythms of the Vesuvio. The history of human settlement in this volcanic region is a testament to our resilience in the face of nature’s power.
While the Vesuvius remains a dormant volcano today, the memory of past eruptions looms large over the city. The resilience of the people of Nápoles in the face of such a powerful force of nature is a testament to our ability to adapt and survive in the most challenging environments.
As we continue to monitor the Vesuvio and other volcanoes in the region, we are reminded of the fragile balance between human civilization and the forces of nature. The history of Nápoles is a story of resilience, adaptation, and survival in the shadow of the mighty Vesuvio.
While the threat of a volcanic eruption is ever-present, the people of Nápoles continue to live and thrive in the shadow of the Vesuvius. Our exploration of the city’s geological history and the power of the Vesuvio has given us a deeper appreciation for the resilience of the human spirit in the face of nature’s might.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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