Indicadores financeiros preocupantes, mas analistas veem recuperação futura: Citi, Bradesco, Ebitda ajustado, alavancagem, incerto, rentabilidade, pressão, custos, demanda, prejuízo líquido, cautela.
As ações da CVC Corp, empresa que controla a agência de viagens CVC, estão em queda expressiva no pregão de hoje da B3, refletindo de forma negativa o balanço do quarto trimestre, divulgado ontem à noite. No início da tarde, o papel CVC3 registrava desvalorização de 7,72%, figurando como o destaque negativo do Ibovespa, com cotação de R$ 2,99.
A notícia da desvalorização das ações da CVC Corp tem impacto direto no mercado financeiro, suscitando debates sobre o futuro da empresa. A agência de viagens CVC, que é pertencente à CVC Corp, vê sua imagem afetada por esse cenário, o que pode exigir ações estratégicas para recuperar a confiança dos investidores.
Analistas do Citi e do Bradesco avaliam desempenho da CVC
Analistas do Citi e do Bradesco consideram os resultados da companhia baixos, ficaram abaixo do esperado. O banco americano destaca a perda de alavancagem operacional no período, mas por outro lado apresentou algumas tendências importantes.
O Ebitda ajustado de R$ 86 milhões ficou cerca de 20% aquém das estimativas, impactado por menores vendas e maiores despesas operacionais nos três meses finais do ano. No entanto, o banco destaca que a compania continuou tendência de recuperação nas suas comissões, mostrando que o foco em produtos exclusivos, com maiores retornos, está funcionando.
Mesmo com o balanço da CVC mostrando maior robustez do que no passado, o cenário operacional para a empresa ainda deve se mostrar desafiador neste ano, em especial na Argentina, por conta da volatilidade na economia do país. O Citi tem recomendação neutra para CVC, com preço-alvo em R$ 3,80.
O Bradesco BBI aponta a pressão nas operações, mas com recuperação nas margens e rigoroso controle de custos. As receitas de R$ 352 milhões ficaram cerca de 7% abaixo do esperado, mas o Ebitda ajustado de R$ 86 milhões foi 4,5% acima das projeções, por conta de melhor desempenho de custos.
‘Apesar da recuperação na rentabilidade, acreditamos que a CVC ainda precisa dar nova injeção à sua alavancagem operacional para gerar caixa que sustente a empresa daqui para frente’, comentam.
O banco acredita que as iniciativas implementadas pela nova diretoria da empresa vão continuar a melhorar tendências operacionais, mas ainda é incerto quando isso irá resultar em geração de caixa. O Bradesco BBI tem recomendação neutra para CVC, com preço-alvo em R$ 3,00.
Resultados da CVC no último trimestre
A CVC Corp registrou um prejuízo líquido de R$ 74,5 milhões no quarto trimestre, uma queda de 23% nas perdas na comparação com o reportado um ano antes.
A redução das perdas veio com a retomada na demanda, assim como melhora de indicadores operacionais.
No acumulado do ano, o prejuízo líquido foi de R$ 456,9 milhões, alta de 5,4%. Ajustado, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 18,8 milhões no quarto trimestre, contra uma perda de R$ 197,6 milhões um ano antes.
Entre os itens que compõem o ajuste estão a depreciação e amortização, investimentos e redução da operação VHC Stay. A receita líquida da empresa foi de R$ 352,2 milhões no trimestre, alta de 9,6%. Considerando apenas a operação brasileira, o salto na receita foi de 5,7%, para R$ 270,3 milhões.
Apenas no negócio B2C, o salto foi de 11,1%, para R$ 185,6 milhões, reflexo de ganhos com a gestão de produtos exclusivos, melhor precificação e um mix mais favorável de produtos, argumentou a CVC. No B2B a receita caiu 4,4%, para R$ 84,7 milhões.
Segundo a empresa, a queda veio diante da redução no volume de vendas, priorizando a rentabilidade da operação. No trimestre, o Ebitda foi de R$ 54,3 milhões, queda de 34,3% na comparação anual. Ajustado por itens não recorrentes, o Ebitda ficou em R$ 86,4 milhões.
A empresa fechou o trimestre com 1.054 lojas. Foram abertas 42 lojas no trimestre e 26 fechadas. ‘No Brasil, a inflação segue trajetória de queda, fazendo com que o ciclo de aperto monetário experimentado durante o ano comece a arrefecer, conforme pode ser observado pelas recentes reduções na taxa Selic’, aponta o presidente da companhia Fabio Godinho, em nota ‘A menor taxa de juros, atrelada a recomposição de parte da renda disponível do consumidor, tende a impulsionar o setor do Turismo e a reduzir o custo de acesso ao mercado de crédito.
A redução da taxa de juros também reflete diretamente nos juros da dívida da Companhia, beneficiando o resultado financeiro.’ Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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