Profissões continuam em alta em 2024 devido à demanda por mão de obra qualificada, com foco em dados e inteligência artificial generativa. Mercado de trabalho oferece oportunidades de crescimento profissional em carreiras relacionadas à engenharia de dados e análise de dados.
Na área de tecnologia da informação, os dados são essenciais para o desenvolvimento de projetos inovadores e estratégias bem-sucedidas. Por isso, engenheiro e cientista de dados são profissões cada vez mais valorizadas e com altas oportunidades no mercado de trabalho. A demanda por profissionais qualificados nessas áreas é crescente devido à importância dos dados para as empresas.
Com a explosão de informações disponíveis atualmente, a análise e interpretação dos dados obtidos tornaram-se cruciais para a tomada de decisões assertivas. O setor dos dados oferece um vasto campo de atuação, desde a gestão de banco de dados até a criação de algoritmos complexos de machine learning. Portanto, investir em capacitação e atualização nesse setor dos dados é fundamental para se destacar no mercado de trabalho atual.
👩💼 Oportunidades de Crescimento Profissional no Setor de Dados
A reportagem contém informações importantes sobre como é trabalhar como analista de dados, que, apesar de não oferecer salários altíssimos, apresenta oportunidades significativas de crescimento profissional. No vasto universo da tecnologia da informação (TI), as áreas de cientista e engenheiro de dados se destacam como as mais promissoras no momento atual.
Essas áreas oferecem salários realmente atrativos, porém, encontram desafios em busca de profissionais qualificados. ➡️ Eis a explicação: elas são relativamente novas e fazem parte do boom da IA generativa. As empresas estão em busca de especialistas que realmente dominem o assunto, mas são poucos aqueles que estão preparados. Aqueles que se qualificaram tendem a ficar mais seletivos em relação às oportunidades disponíveis.
Frequentemente, esses profissionais são atraídos por empresas estrangeiras, que oferecem pagamento em euro ou dólar e, em alguns casos, permitem que a pessoa trabalhe remotamente do Brasil. Esse tipo de oferta mais atrativa cria desafios para o mercado interno em reter talentos como esses.
‘Quando você chega a sênior, a preferência é não trabalhar mais para empresas nacionais porque é possível ganhar muito mais em dólar e trabalhando do Brasil. Recebi uma proposta de US$ 7 mil por mês de uma empresa estrangeira’, compartilha Gabrielle Azevedo, engenheira de dados de 27 anos. Outro profissional em destaque é o analista de dados.
Embora essa função não seja tão valorizada quanto as anteriores nem apresente uma remuneração tão alta, a possibilidade de crescimento profissional permanece evidente.
‘Dados estão em constante geração e consumo, e qualquer área pode se beneficiar deles. Isso explica o motivo pelo qual esses setores estão em alta’, afirma Bruna Zamith, cientista de dados da Amazon Brasil.
‘Atualmente, não é viável desenvolver inteligência artificial sem ter dados. Enquanto o engenheiro oferece suporte, o cientista tem a capacidade de criar modelos generativos, por exemplo’, explica Suelane Garcia Fontes, coordenadora técnica do centro de ciência de dados do Insper.
🧑🔬 O Papel dos Profissionais de Dados
➡️ Um engenheiro de dados desempenha a função de projetar, construir e administrar a infraestrutura de dados de uma organização.
Ele garante que os dados estejam disponíveis, confiáveis e prontos para uso por outras equipes da empresa. ➡️ O cientista de dados analisa os dados obtidos pelo engenheiro e extrai insights relevantes. Com dados em mãos, ele destaca informações cruciais e propõe soluções. A estatística é fundamental em seu cotidiano.
Vale ressaltar que o cientista trabalha de perto com inteligência artificial generativa, um tipo de IA capaz de criar novos conteúdos usando ferramentas como o ChatGPT. ➡️ Enquanto isso, o analista utiliza os dados para criar gráficos e relatórios que demonstram uma situação.
Em outras palavras, ele traduz e transforma os dados em informações que embasam as decisões de negócios, como as do cientista, por exemplo.
Além destes profissionais, existem outras funções relacionadas, como engenheiros de analytics, engenheiros de plataforma de dados, engenheiros de machine learning, especialistas em DataOps, entre outras, conforme explica Artemísia Weyl, professora de programação e de engenharia de dados.
🤑 Salários no Setor de Dados
Dados obtidos pelo g1 por meio da plataforma de empregos Catho indicam que a média salarial em 2024 para o cientista de dados é de R$ 7.801, enquanto a do engenheiro é de R$ 6.927. No caso do analista, a média é de R$ 3.094, de acordo com o Vagas.com.
Tanto o levantamento da Catho quanto o do Vagas.com foram realizados nos primeiros meses deste ano. Fabio Maeda, diretor da unidade de candidatos da Catho, relata um aumento na média salarial dos profissionais de dados entre 2023 e 2024. ‘Os cientistas e os engenheiros tiveram um incremento salarial de 3% e 7%, respectivamente.
Isso indica que as empresas estão investindo mais em estruturação, análise e engenharia de dados’. Já a consultoria Robert Half sugere que os valores podem ser ainda maiores para cientistas de dados. Um estudo divulgado no final de 2023 revelou que um iniciante, em fase de desenvolvimento, poderia receber em média R$ 14.400.
Um profissional intermediário poderia ganhar R$ 18.700 por mês, enquanto os líderes alcançariam uma remuneração de R$ 24.100. ‘Após a pandemia, que resultou em uma série de demissões, as empresas passaram a evitar os altos salários. No entanto, após recontratar, os salários eram menores.
Mesmo assim, a remuneração nessas áreas permanece acima da média em comparação a outras profissões’, avalia Isabela Marinho Rangel, engenheira de dados do banco Itaú. É importante notar que a função de análise de dados tem uma média salarial menor em comparação com a de cientista e engenheiro.
Conforme o profissional Raphael Pavan, isso se deve ao fato de que essa função é um pouco mais antiga, em contraste com as de cientista e engenheiro, que são mais recentes (veja mais abaixo).
🏢 Oportunidades de Trabalho com Dados
Segundo a Robert Half, os setores que liderarão as contratações de profissionais de dados neste ano são bancos, indústrias, seguradoras, empresas de educação e de saúde. Isso demonstra que não existem restrições para essas três profissões.
Oportunidades podem ser encontradas em empresas de varejo, alimentos, bebidas, comunicação, saúde, no agronegócio e em outros setores. Contudo, Bruna Zamith, da Amazon Brasil, ressalta a falta de diversidade nesses campos. ‘Os dados deveriam refletir a realidade de alguma forma.
Entretanto, para que isso ocorra, é necessário uma diversidade de dados e a eliminação de viéses’, afirma.
‘Para alcançar esse objetivo, precisamos de profissionais diversos trabalhando com dados, o que ainda é escasso na área’, complementa.
🎓 Formação Profissional no Setor de Dados
Assim como em outras áreas da tecnologia da informação, especialistas destacam que a graduação nem sempre é o único caminho para ingressar como analista, engenheiro ou cientista de dados. Ter contato inicial com cursos disponíveis na internet já é vantajoso, e o aprendizado contínuo torna-se essencial devido à constante evolução tecnológica.
De acordo com os especialistas entrevistados pelo g1, os cursos de ensino superior podem fornecer uma base sólida. ‘Se a pessoa não tiver graduação e deseja atuar na área, ela deve ingressar em um curso de estatística, ciência da computação ou, atualmente, no curso tecnológico de ciência de dados, por exemplo’, explica a professora especializada em dados Artemísia Weyl.
Outras graduações, como engenharia de computação, análise e desenvolvimento de sistemas, banco de dados, física ou matemática (que requerem complemento em TI posteriormente) também podem ser úteis.
🫧 Cursos Gratuitos e Comunidades de Dados
- Edumi: uma organização da sociedade civil (OSC) dedicada a capacitar jovens de baixa renda para o mercado de tecnologia, com ênfase em dados. Oferece conteúdos, exercícios e mentorias para os iniciantes.
- PyLadies: uma comunidade voltada para mulheres interessadas em atuar na área de tecnologia e linguagem Python. Promove encontros online e presenciais sobre o tema.
- Data Girls: comunidade que busca fomentar o aprendizado, networking e colaboração para mulheres na ciência de dados e inteligência artificial.
Mantém grupos de discussão no Telegram e no Discord.
- Programa de Aprendizado do Data Analyst: curso gratuito do Google Cloud destinado a quem deseja trabalhar como analista de dados, abordando temas como big data, machine learning, SQL, entre outros.
- Programa de Aprendizado do Data Engineer: outra capacitação gratuita do Google Cloud para interessados em engenharia de dados, focando em processamento de dados, criação de pipelines, fundamentos de big data, entre outros.
- Açaí com Dados: comunidade com grupo no WhatsApp para compartilhar experiências sobre o universo de dados e promover a profissão na região Norte do país.
Experiências e Insights de Profissionais no Campo de Dados
A engenheira de dados Gabrielle Azevedo, de 27 anos, atua no iFood.
Ela é responsável pela engenharia de plataformas, administração da infraestrutura de ferramentas de visualização de dados da empresa. Inicialmente, ela ocupava o cargo de analista de dados, mas foi encorajada por um superior a migrar para engenharia. ‘Ele me disse que a engenharia seria mais adequada para mim e que eu já havia realizado um bom trabalho até então, incentivando-me a fazer a mudança’, relata.
Gabrielle é formada em engenharia de produção pela Universidade de Brasília (UnB) e teve seu primeiro contato com dados em 2018, durante um estágio na Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Um ano depois, começou a estagiar no Google, em São Paulo, onde analisava dados no departamento de marketing, entre outras atribuições.
Atualmente, ela recebe cerca de R$ 11 mil mensais com carteira assinada, reconhecendo que a remuneração nesse campo é verdadeiramente atrativa. No entanto, ela alerta sobre os desafios para quem deseja entrar nessa profissão. ‘A maior dificuldade está em ingressar na área.
É necessário ter conhecimento prévio em áreas como construção de banco de dados, SQL, computação em nuvem, controle de versão de código, entre outros. Experiência é fundamental. A curva de aprendizado também é mais íngreme do que em outras áreas da TI’, destaca.
‘Eu amo o que faço e a empresa em que trabalho, mas cheguei a pensar em demissão no ano passado.
A engenharia de dados exige muito de nós’, diz Gabrielle.
‘Decidi não desistir ao perceber a desaceleração do mercado, com redução de salários em outras áreas. Contudo, minha área está em alta e apresenta grande dificuldade de ingresso, ou seja, seria uma oportunidade imperdível. Por isso, decidi perseverar, já que a empresa é excelente e minha equipe também’, completa.
O paraense Gustavo Ramos, de 27 anos, atua como cientista de dados, uma das profissões em destaque atualmente no universo dos dados. Ele trabalha como freelancer e almeja conseguir uma oportunidade fixa com contrato CLT. Gustavo é formado em matemática e já lecionou em uma escola.
Sua proficiência em números e estatísticas contribuiu para a transição para a ciência de dados. Além disso, ele estudou a linguagem de programação Python e realizou um curso técnico em ciência de dados. Como freelancer, é capaz de obter entre R$ 2.000 e R$ 2.200 por mês, quando há demanda.
Seu primeiro trabalho nessa área ocorreu em 2023, para uma empresa de varejo, no qual recebeu R$ 1.200. ‘Na minha região, não há tantas oportunidades em dados. Por isso, procuro por oportunidades remotas’, revela Gustavo, que reside em Ananindeua, na região metropolitana de Belém.
Assim como na engenharia de dados, as empresas tendem a preferir profissionais mais experientes, destaca Gustavo. ‘Para iniciantes, como eu, é um pouco mais desafiador encontrar vagas’. O analista de dados Raphael Pavan, de 27 anos, morador de Campinas, interior de São Paulo, trabalha para o banco Agibank.
Ele reconhece sua paixão pela profissão, porém ressalta que ela não é tão valorizada em termos de remuneração em comparação com as demais. ‘Nossa profissão existe há mais tempo do que a do engenheiro e do cientista. Portanto, indivíduos com conhecimento em dados podiam assumir o papel de analista de forma bastante diferenciada e simplificada’, explica.
De acordo com Suelane, do Insper, o analista não se envolve em modelagem e previsões como o cientista, por exemplo. ‘O analista é mais básico e, na verdade, é uma profissão mais convencional porque já existia’, confirma.
‘Apesar disso, o analista pode obter uma remuneração decente e muitas oportunidades no mercado. As perspectivas de crescimento são favoráveis, também.
Consequentemente, a remuneração aumenta’, destaca Raphael.
Raphael é graduado em ciência da computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e trabalha com dados desde 2018, sempre atuando como analista, inclusive em estágios. Passou por diversas instituições financeiras, empresas de educação e startups.
Inicialmente, seu objetivo não era ser analista de dados, já que inicialmente buscou vagas na área de ciência da computação. No entanto, acabou entrando no universo do analista ao estagiar em uma empresa brasileira do setor financeiro, a Elo. ‘Me apaixonei desde o primeiro instante. Mesmo como estagiário, fui capaz de entregar muitas coisas interessantes.
Lá, eu já assumia responsabilidades de analista’, revela. Hoje, mais experiente, ele destaca a importância de conhecer bem o negócio em que atua como analista. Por exemplo, se trabalha para um banco, é crucial entender o mercado financeiro. Se atua em uma empresa de entrega de aplicativos, deve analisar o comportamento do cliente ao pedir comida.
Raphael também enfatiza a necessidade de habilidades de comunicação para quem deseja adentrar nesse campo. O analista é quem lidera reuniões e realiza apresentações, traduzindo a análise dos dados. ‘E, claro, seja você um analista, engenheiro ou cientista, é essencial saber SQL e Python, pois são fundamentais para lidar com dados.
Em breve, acredito que Python será o novo requisito obrigatório de ‘fluência em inglês’ na nossa área’, conclui Pavan.
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Fonte: © G1 – Tecnologia
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