Abu Dhabi Estatal encerra compra de Novonor participação, retorna processo à início. Novonor enfrenta desafios ambientais em Alagoas. Adnoc: desistiu, negociações, análise. Oferta Apollo Management: participação, capital total, Novonor. Minas de sal-gema: exploração, geológicas, medidas, quarto trimestre, outros ativos.
O horizonte da Braskem voltou a se encher de incertezas após a Adnoc, empresa de petróleo de Abu Dhabi, desistir de adquirir a participação da Novonor, ex-Odebrecht, na petroquímica. A decisão foi divulgada pela Braskem na manhã de segunda-feira, 6 de maio, e impactou diretamente no valor das ações da companhia.
A reviravolta no cenário da Braskem ressalta a complexidade do setor petroquímico. Mesmo com a recusa da Adnoc, o futuro da companhia continua em pauta, exigindo estratégias ágeis e eficazes para garantir sua sustentabilidade no mercado internacional. A petroquímica Braskem enfrenta desafios que demandam resiliência e inovação para superar adversidades e prosperar a longo prazo.
A desistência da Adnoc nas negociações com a Braskem
Os papéis preferenciais classe A (PNA) tiveram uma queda de 15,10% na B3, atingindo o valor de R$ 19,57, se tornando a maior baixa do Ibovespa no dia. No acumulado de 2024, os papéis BRKM5 da Braskem apresentam uma desvalorização de 10,4%, o que resulta em um valor de mercado de R$ 15,3 bilhões.
O comunicado relevante divulgado pela Braskem revela a correspondência recebida da Novonor, que detém 38,3% do capital total e 50,1% do capital votante, informando que a Adnoc ‘não demonstrou interesse em continuar com o processo de análise e negociações’. Vale mencionar que a Petrobras tem participações de 36,1% no capital total e 47% no votante.
A Novonor não explicou os motivos que levaram a Adnoc a desistir das negociações, mesmo após ter feito uma oferta de aproximadamente R$ 10,5 bilhões no final do ano passado, equivalente a cerca de R$ 37,29 por ação. No início do ano, a companhia de Abu Dhabi fez uma proposta em parceria com a americana Apollo Management.
A oferta da Adnoc acabou superando as propostas da J&F e da Unipar, que também estavam interessadas em adquirir a participação da Novonor na petroquímica brasileira. A J&F, empresa da família Batista, entrou na disputa em julho de 2023, apresentando uma oferta de R$ 10 bilhões. Por sua vez, a Unipar já havia chegado a esse valor com uma proposta feita um mês antes.
Durante as tratativas entre Adnoc e Novonor, a Braskem viu sua questão ambiental voltar à tona, representando um risco em transações desse tipo. Em dezembro, uma mina de sal-gema operada pela companhia em Mutange, Maceió (AL), sofreu um rompimento, ocasionando o risco de afundamento na região.
Os problemas relacionados à exploração de sal-gema na área não são recentes. Desde 2018, afundamentos foram registrados em cinco bairros. A partir de 2019, quase 60 mil pessoas precisaram deixar suas residências devido aos tremores de terra que causaram rachaduras nos imóveis locais, conforme a Agência Brasil.
Este cenário resultou na abertura de uma CPI no Senado, ainda em andamento. A Braskem teve que provisionar recursos para implementar diversas medidas ligadas ao evento geológico, totalizando R$ 5,2 bilhões no balanço do quarto trimestre. Simultaneamente, a Adnoc também considerou outras aquisições de ativos ao redor do globo.
Em abril, a Reuters noticiou que a empresa cogitou adquirir a britânica BP, vislumbrando tanto a compra total quanto uma participação relevante. Essas negociações não avançaram. Esse panorama mostra a complexidade das movimentações no setor, especialmente quando envolvem companhias de destaque como a Braskem.
Fonte: @ NEO FEED
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