Lesões autoprovocadas com intenção deliberada exigem atendimento especializado ao paciente com grande fragilidade emocional e limitações no acesso, segundo a Abramede.
O suicídio é uma questão grave que afeta a saúde pública no Brasil. De acordo com os dados do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2023, foram registradas 11.502 internações relacionadas a lesões autoprovocadas, o que equivale a uma média diária de 31 casos. Esse número é alarmante e reflete a necessidade de uma abordagem mais eficaz para prevenir o suicídio e suas consequências.
É importante notar que essas internações podem ser resultado de tentativas de suicídio ou autolesões, que são comportamentos que podem ser prevenidos com o apoio adequado. O aumento de 25% em relação aos 9.173 casos registrados em 2014 é um sinal de alerta para a necessidade de ações mais eficazes para combater essa problemática. Além disso, é fundamental abordar as lesões autoprovocadas como um sintoma de uma questão mais profunda, que requer uma abordagem holística e multidisciplinar para prevenir o suicídio e promover a saúde mental. A prevenção é a chave para salvar vidas.
Os Dados Alarmantes do Suicídio no Brasil
A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) divulgou dados preocupantes sobre o aumento de internações por tentativas de suicídio e autolesões no Brasil. Em nota, a entidade destacou que os médicos de emergência são frequentemente os primeiros a prestar atendimento ao paciente em situações de grande fragilidade emocional.
A Abramede enfatizou que o aumento de internações por tentativas de suicídio e autolesões reforça a importância de capacitar os profissionais de saúde para atender aos casos com rapidez e eficiência, além de promover acolhimento adequado em situações de grande fragilidade emocional. Além disso, a entidade destacou que os números podem ser ainda maiores devido a possíveis subnotificações, registros inconsistentes e limitações no acesso ao atendimento em algumas regiões do país.
Variações Regionais e Perfil dos Pacientes
A análise regional das internações por lesões autoprovocadas revela variações entre os estados brasileiros. Alagoas, por exemplo, teve o maior aumento percentual de 2022 para 2023, com um salto de 89% nas internações. Em números absolutos, os casos passaram de 18 para 34 no período. A Paraíba e o Rio de Janeiro também chamam a atenção, com aumentos de 71% e 43%, respectivamente.
Por outro lado, estados como São Paulo e Minas Gerais registraram números absolutos elevados, mas com aumentos percentuais menores. A Região Sul enfrenta uma tendência preocupante de aumento desse tipo de internação, com Santa Catarina apresentando crescimento de 22% de 2022 para 2023, enquanto o Paraná identificou aumento de 16%. O Rio Grande do Sul ficou no topo da lista, com aumento de 33%.
O perfil de pacientes internados por lesões autoprovocadas revela uma diferença significativa entre os sexos. Entre 2014 e 2023, o número de internações de mulheres aumentou de 3.390 para 5.854. Já entre os homens, o total de internações caiu, ao passar de 5.783 em 2014 para 5.648 em 2023. Em relação à faixa etária, o grupo de 20 a 29 anos foi o mais afetado em 2023, com 2.954 internações, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos, que registrou 1.310 casos.
Prevenção e Atenção ao Suicídio
A Abramede enfatizou que os números ressaltam a vulnerabilidade dos jovens adultos e adolescentes, que, juntos, representam uma parcela significativa das tentativas de suicídio. Além disso, a entidade destacou que a prevenção e a atenção ao suicídio devem ser priorizadas, especialmente em regiões com alta incidência de lesões autoprovocadas.
A entidade também destacou que a intenção deliberada de causar lesões autoprovocadas é um sinal de alerta para a necessidade de atendimento especializado e acolhimento adequado. Além disso, a Abramede enfatizou que a redução das limitações no acesso ao atendimento em algumas regiões do país é fundamental para prevenir o suicídio e promover a saúde mental.
Fonte: @ Agencia Brasil
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