Funcionários de organização humanitária atingidos por carro identificado no norte de Gaza. Premiê israelense diz que ataque não foi intencional.
O líder israelense Benjamin Netanyahu admitiu publicamente na terça-feira (2) que um ataque resultou na morte de sete membros da ONG World Central Kitchen na Faixa de Gaza. O incidente, que envolveu o Exército israelense, foi lamentado pelo primeiro-ministro. Netanyahu afirmou: ‘Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza.’
O reconhecimento do ataque que resultou na tragédia na Faixa de Gaza trouxe à tona a questão da necessidade de maior cuidado durante os ataques aéreos na região. A comunidade internacional pede por um cessar-fogo para evitar mais bombardeios. O incidente trágico serve como alerta para a importância de proteger a vida dos civis durante conflitos armados.
Ataque aéreo devastador
Acontece em guerras, e estamos verificando até o fim, estamos em contato com os governos, e tudo faremos para que isso não aconteça novamente’, declarou o primeiro-ministro. O ataque ocorreu na segunda-feira (1º).
A organização, criada nos Estados Unidos pelo chef espanhol José Andrés, famoso nos EUA, havia levado uma carga de alimentos por navio ao território palestino horas antes do bombardeio. Os dois veículos que transportavam as vítimas e que foram atingido tinham no teto o logo e o nome da organização humanitária desenhados e circulava sozinho em uma via de uma área sem conflitos.
Em comunicado, a World Central Kitchen frisou que os carros eram blindados e estavam identificados. Segundo a World Central Kitchen, entre os mortos há um cidadão do Reino Unido, um da Austrália, dois dos Estados Unidos, um do Canadá e um da Polônia, além de um palestino.
‘Este não é apenas um ataque contra a World Central Kitchen, é um ataque a organizações humanitárias que se apresentam nas situações mais terríveis, em que os alimentos são usados como arma de guerra. Isso é imperdoável’, disse o CEO da ONG, Erin Gore.
As forças militares israelenses afirmaram que estão analisando o que aconteceu ‘para compreender as circunstâncias desse trágico incidente’. Em mensagem de vídeo nesta terça-feira (2), o porta-voz do Exército disse ter ligado para o fundador do World Central Kitchen, o chef espanhol José Andrés, para expressar ‘os mais profundos sentimentos’. Ele afirmou ainda que as forças militares vão ‘apurar o incidente até o fim’ e ‘com transparência’. O chef espanhol José Andrés afirmou que a organização humanitária perdeu ‘diversas irmãs e irmãos em um ataque das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza’. ‘É uma tragédia. Trabalhadores de organizações humanitárias e civis nunca deveriam ser um alvo. Nunca’, disse Andrés.
Foi a organização humanitária do chef espanhol, famoso nos Estados Unidos por atuar em diversos programas de TV e ter sido condecorado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama com uma medalha de serviços humanitários do governo norte-americano. Ele disse também que ‘o governo de Israel precisa parar essa matança indiscriminada, precisa parar de restringir a ajuda humanitária, para de matar civis e funcionários de auxílio e parar de usar comida como arma. Chega de vidas inocentes mortas.’ Já a CEO da organização humanitária, Erin Gore, afirmou que está chocada com o acontecido.
‘Este não é apenas um ataque contra a WCK, é um ataque a organizações humanitárias que aparecem nas situações mais terríveis em que os alimentos são usados como arma de guerra. Isso é imperdoável’, disse Os funcionários da organização humanitária haviam acabado de levar comida e outros itens de ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza, onde a população está à beira de uma crise de fome. Imagens em vídeo gravadas em um hospital na cidade de Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, mostram que alguns deles estavam com itens de proteção que tinham o logotipo da organização humanitária. A organização humanitária enviou um navio com cerca de 400 toneladas de comida e itens de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O carregamento foi organizado pelos Emirados Árabes Unidos e pela organização humanitária.
No mês passado, a organização humanitária fez a primeira entrega com 200 toneladas. Agora, a organização humanitária disse que vai pausar as operações de ajuda na região. A ONU tem uma agência especializada em atender os palestinos que atua na Faixa de Gaza, mas Israel proibiu essa entidade de fazer entregas no norte do território. Outros grupos de ajuda afirmam que enviar comboios de caminhões para o norte tem sido muito perigoso devido à falta de garantia de segurança por parte do exército. Veja abaixo um vídeo sobre a possibilidade de crise de fome na Faixa de Gaza.
Campanha militar em hospital
O ataque aconteceu horas depois que as forças de Israel acabaram uma campanha de duas semanas no hospital de Shifa, o maior da Faixa de Gaza. O hospital ficou destruído, uma parte do prédio foi reduzida a cinzas.
Os militares afirmaram ter matado 200 militantes do Hamas durante a campanha, porém as agências de notícias não conseguiram confirmar se todos realmente pertenciam ao grupo terrorista. Os palestinos dizem que retiraram corpos de civis dos destroços.
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Fonte: © G1 – Globo Mundo
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