Projeção baseada em cenários de troca de liderança na empresa estatal. Análises sobre possíveis demissões diretoria. Expectativa de mudanças na governança de Petrobras. Foco estratégico na indústria nacional, mercado pro-ativo. Mudanças implementadas, reação negativa, tom de mercado.
Experts do mercado consultados pelo Valor preveem desvalorizações de aproximadamente 10% nas ações da Petrobras durante o pregão de hoje (15), após a confirmação da demissão do CEO da empresa, Jean Paul Prates. A análise considera experiências anteriores de mudanças no comando da organização.
A notícia da demissão de Jean Paul Prates foi oficialmente divulgada, gerando especulações sobre sua substituição e o impacto nas operações da Petrobras. Os investidores estão atentos às movimentações do mercado em meio ao anúncio da saída do executivo.
Demissão de Prates: Anunciado Substituto e Mudanças na Petrobras
Os analistas ouvidos não descartam que haja outras demissões de membros da diretoria da estatal. Ainda que o nome de Magda Chambriard, apontada como substituta por Lula para suceder Prates, seja alinhado ao setor, a expectativa é que ela traga um olhar mais voltado ao desenvolvimento da indústria nacional. Na avaliação de um especialista, o desempenho de Chambriard na presidência da Petrobras vai depender de como ela irá navegar no ambiente político.
Na avaliação da Ativa Investimentos, a decisão de demitir Prates é negativa e deixa os compromissos da companhia, como remuneração a acionistas e planos de investimentos, sob reavaliação. ‘Prates desempenhava um bom papel, equilibrando os interesses econômicos e políticos da empresa com sabedoria’, disse a corretora em comentário.
Ilan Arbetman, analista da Ativa, afirma que não se esperava uma sucessão por agora, mas, na teleconferência de resultados da tarde desta terça-feira (14), foi possível perceber um tom mais ‘pró-mercado’ do que vinha sendo ouvido pela diretoria da Petrobras. ‘Acreditou-se que com a ajuda de Haddad [Fernando Haddad, ministro da Fazenda], Prates tinha vencido a queda de braço. Parece que a vitória foi efêmera. Trata-se de uma reviravolta’, disse o analista.
‘Aguardaremos novas notícias, mas por ora, vale destacarmos o caráter negativo desta decisão, que ratifica o maior risco político da empresa e nossa recomendação apenas neutra para as suas ações.’ Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, salientou que o último ano foi um teste para a governança da Petrobras em diversos aspectos, sendo que parte das diretrizes da empresa foi mantida.
‘A respeito da substituição em si, ainda não há uma compreensão clara das mudanças que serão implementadas’, disse Cruz. Ele salientou que a nomeação de Prates trazia uma expectativa de que mudanças substanciais na gestão e no foco estratégico fossem promovidas, o que não se concretizou. Na avaliação de João Coutinho, economista e diretor da RJ+Asset, a mudança no comando da estatal indica que o presidente Lula claramente busca uma empresa mais servidora ao Estado. Ele ressaltou a boa aceitação do nome de Prates pelo mercado e avaliou que o movimento anunciado no fim da noite desta terça-feira (14) não agradará aos investidores.
‘O movimento que estamos vendo nas ADRs poderá ser intensificado com o mercado aberto, amanhã’, disse Coutinho. Para Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos, o nome de Magda Chambriard pode trazer uma reação negativa do mercado: ‘Ela já criticou a distribuição de dividendos da Petrobras, tem um viés mais desenvolvimentista.’ Segundo o analista, a própria troca em si, que gerou surpresa, traz insegurança para a estatal.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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