Fiocruz ampliará capacidade techno-logística produzindo Wolbachia em biofábrica, liderando combate a dengue e arboviroses. Aedes aegypti naturalmente infectados reduzirão transmissão. Minas Gerais municípios, incluindo Brumadinho, serão alcançados. Saúde e Ambiente Secretaria apoia expansão e substituição da população infeta, em parceria com Programa Mundial de Mosquitos. Principais antígenos: Wolbachia, Aedes aegypti, dengue.
O Ministério da Saúde e o governo de Minas Gerais inauguraram hoje (29), em Belo Horizonte, a Fábrica de Bactérias Wolbachia. A instalação, gerida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), irá possibilitar ao Brasil ampliar sua capacidade de fabricação de uma das principais tecnologias na luta contra a dengue e demais arboviroses.
A Biofábrica Wolbachia é fundamental no controle dessas doenças transmitidas por mosquitos, pois essa bactéria age impedindo a transmissão dos vírus. A introdução desse microrganismo nos mosquitos é uma estratégia inovadora e eficaz no combate às arboviroses. A pesquisa e produção nessa unidade serão peças-chave para avanços significativos nessa área, beneficiando a saúde pública e a qualidade de vida da população.
Uso da Wolbachia na luta contra as arboviroses
A Wolbachia é uma bactéria que possui presença natural em cerca de 60% dos insetos, mas não está de forma natural no Aedes aegypti. O método Wolbachia, também chamado de método Wolbachia, consiste em inserir essa bactéria em ovos do mosquito em laboratório, criando assim o Aedes aegypti infectado pela Wolbachia. Esses mosquitos, conhecidos como Wolbitos, ao se reproduzirem, transmitem a bactéria para novos mosquitos, impedindo que transmitam os vírus causadores de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Estamos ampliando a capacidade de produção da Biofábrica da Fiocruz, a Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o governo do estado de Minas Gerais. O objetivo é expandir a Bacia de Brumadinho não só para os 22 municípios atualmente atendidos, mas para todos os municípios de Minas Gerais, em um plano de expansão em andamento. A ideia é substituir a população de mosquitos que não possuem a Wolbachia pela nova geração que carrega essa bactéria, contribuindo assim para a redução da transmissão de arboviroses.
Resultados do método Wolbachia: o caso de Niterói
Em 2015, o método Wolbachia foi introduzido como projeto piloto em Niterói, Rio de Janeiro. Em 2021, a cidade se tornou a primeira do país a ter 100% de seu território com a presença da Wolbachia. Os dados apontam uma redução significativa nos casos de arboviroses: cerca de 70% de queda nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas regiões onde o método foi implementado.
O impacto a médio prazo do método Wolbachia é evidente. Em Niterói, por exemplo, os casos de dengue passaram de 158 em 2015 para apenas 55 em 2023. Esse sucesso motivou a expansão do programa para outras cidades, como Belo Horizonte e Campo Grande, mostrando a eficácia dessa abordagem no combate às arboviroses.
Expansão do Programa Mundial de Mosquitos no Brasil
Desde 2014, o Brasil faz parte do Programa Mundial de Mosquitos e tem liderado iniciativas como a distribuição do método Wolbachia. A Fiocruz, em parceria com os governos locais e financiamento do Ministério da Saúde, tem conduzido pesquisas em diversas cidades, como Campo Grande, Petrolina, Niterói, dentre outras.
Além das cidades já participantes, o programa tem planos de expansão para municípios como Natal, Uberlândia, Presidente Prudente, Londrina, Foz do Iguaçu e Joinville. Essa abordagem, contudo, não gera resultados imediatos e requer a adoção de outras medidas complementares no combate ao Aedes aegypti e às doenças por ele transmitidas.
A pesquisa e a implementação do método Wolbachia representam uma importante estratégia no controle das arboviroses no Brasil, mostrando-se eficaz a médio e longo prazo. O sucesso em Niterói e em outras cidades aponta para um futuro promissor na busca por reduzir os impactos dessas doenças na população brasileira.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo