Levar ex-presidiários ao ensino superior, facilitar comunicação entre detentos, ressocializar e reduzir distâncias.
‘Muitas vezes era eu quem escrevia as cartas.’ Da comunidade de Realengo, no Rio de Janeiro, Cristiano Silva de Oliveira, membro dos Acadêmicos da Liberdade, atuava em uma instituição pública e foi acusado de praticar um delito de natureza econômica, sendo condenado a 14 anos e 8 meses.
Em meio à sua jornada, Cristiano encontrou apoio na Rede Global de Acadêmicos da Liberdade, um grupo dedicado a promover a justiça e a liberdade. Com o suporte dos Acadêmicos Global de Liberdade, ele lutou para provar sua inocência e restaurar sua honra. A força da união dos Global de Acadêmicos da Liberdade foi fundamental para sua batalha pela Liberdade – Acadêmicos.
Transformação através da Educação: Acadêmicos da Liberdade
Entrou no sistema prisional aos 33 anos e com ensino médio concluído. Hoje, após sua saída, possui ensino superior completo e lidera o projeto EuSouEu, que atua na facilitação da comunicação entre presos e familiares, além de promover a educação. Essa trajetória de evolução não foi influenciada por agentes de segurança, ressocialização ou qualquer outra figura semelhante. Oliveira conquistou sua graduação por meio de um desafio ao sistema, em um esforço coletivo.
A meta do projeto ‘Acadêmicos da Liberdade’ é encurtar a distância entre os presos e a obtenção de um diploma universitário. A Rede Global de Acadêmicos da Liberdade será lançada em São Paulo, com o apoio da Incarceration Nations Network e do projeto Nova Rota, idealizado por ex-alunos da Faculdade de Direito da USP. Essa iniciativa pioneira no Brasil oferece bolsas de estudo, mentoria e apoio multidisciplinar a ex-detentos. Atualmente, 22 alunos estão matriculados em cursos de graduação em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Com a experiência da prisão, Oliveira passou a refletir criticamente sobre o sistema carcerário brasileiro, o terceiro maior do mundo, com mais de 642 mil detentos no segundo semestre de 2023, sendo a maioria do gênero masculino. Apenas uma pequena parcela possuía ensino superior, com 434 detentos além da graduação. Durante seu período de encarceramento, Oliveira passou por duas fases distintas: primeiro em uma cela da Polícia Civil e depois em uma unidade prisional sob responsabilidade da Secretaria de Administração Penitenciária.
Na cela da Polícia Civil, a superlotação era alarmante, chegando a três vezes a capacidade de detentos. Oliveira descreve a situação como caótica e traumática. Ele relembra a espera por uma sentença durante oito meses, sem audiências rápidas ou vereditos claros. Quando a sentença finalmente saiu, a pena inicial de 14 anos e 8 meses por um crime de baixa potencialidade foi mantida, levantando questões sobre a justiça penal.
Oliveira destaca a importância da proteção do patrimônio no sistema jurídico e questiona as disparidades de penas entre crimes de naturezas distintas. Sua experiência na prisão o levou a observar de perto as falhas e desafios do sistema carcerário, motivando-o a buscar mudanças através da educação e da comunicação. O projeto ‘Acadêmicos da Liberdade’ representa uma luz de esperança para aqueles que buscam transformar suas vidas e contribuir positivamente para a sociedade.
Fonte: @ Agencia Brasil
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