Fugitivos negros escaparam da escravidão rumo à cidade mais antiga em busca de liberdade. A política e a religião também tiveram papel importante nesse santuário.
No mês de maio de 1743, um navio chegou ao porto de Salvador, na costa brasileira, trazendo consigo dezenas de africanos capturados e vendidos como escravos. Esses homens, mulheres e crianças eram submetidos a condições desumanas durante a travessia do oceano Atlântico, sendo privados de sua liberdade e dignidade.
A prática da escravidão era amplamente difundida na época colonial, sendo utilizada principalmente para o trabalho nas plantações de cana-de-açúcar e nas minas de ouro. A escravatura deixou marcas profundas na sociedade e na cultura brasileira, perpetuando injustiças e desigualdades até os dias atuais.
O legado da escravidão nas Carolinas
Os viajantes que se tornaram fugitivos negros eram indivíduos corajosos que conseguiram escapar da escravidão em uma plantação britânica nas Carolinas. Alimentados pela busca da liberdade, eles se dirigiram para a cidade de Saint Augustine para encontrar refúgio e proteção.
A busca por liberdade e proteção religiosa
Esses fugitivos, em sua maioria, tinham ouvido falar do assentamento espanhol em Saint Augustine, um santuário religioso que acolhia e oferecia liberdade a qualquer pessoa anteriormente escravizada que desejasse se converter ao catolicismo. Essa solicitação da verdadeira fé era um apelo por proteção e liberdade que ressoou entre os refugiados.
Os perigos da jornada para a liberdade
A jornada para a liberdade desses fugitivos era repleta de desafios, desde a navegação por águas traiçoeiras até a fome e a sede que muitas vezes os assolava. Enfrentando a hostilidade da natureza e dos caçadores de escravizados, esses indivíduos persistiram em sua busca por liberdade, conscientes dos riscos envolvidos.
A importância da fé e política na visão da escravidão
A visão da escravidão na Espanha era diferenciada, fundamentada na antiga lei romana que conferia certos direitos e proteções aos escravizados. A política também desempenhou um papel crucial, levando o governador de Saint Augustine a acolher os refugiados em busca de liberdade e proteção religiosa.
O papel do Forte Mose na luta por liberdade
O Forte Mose, lar de uma pequena comunidade de negros livres, tornou-se um símbolo de resistência e liberdade. Defendido por homens e mulheres que se uniram para proteger seu novo lar, o Forte Mose representava a esperança de uma vida sem opressão e a possibilidade de viver com dignidade.
Lincolnville: um oásis de liberdade comprometido com os direitos civis
O bairro de Lincolnville, anteriormente conhecido como Pequena África, se tornou uma comunidade livre fundada por negros libertos que buscavam construir uma sociedade justa e igualitária. O envolvimento ativo de seus residentes no movimento pelos direitos civis, juntamente com eventos marcantes, como a Marcha de Young, exemplificam o comprometimento desses indivíduos com a luta por igualdade e justiça.
O legado de Saint Augustine: resistência e memória
Saint Augustine, com sua rica história de resistência e luta por direitos civis, permanece como um farol de liberdade e igualdade. O reconhecimento e preservação de locais como o Forte Mose e Lincolnville destacam a importância de lembrar e honrar aqueles que lutaram por uma sociedade mais justa e inclusiva.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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